A necessidade de elevação da adição de biodiesel ao diesel fóssil consumido no Brasil para 11% (B11) em março do ano que vem foi reforçada pelos representantes da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), ao Ministério de Minas e Energia (MME), na tarde desta terça-feira (24/07).
Em audiência com o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, João Vicente de Carvalho, o setor destacou que o biodiesel é uma solução imediata para a redução da dependência de diesel fóssil importado e diminuição das emissões de gases de efeito estufa e outros poluentes.
O óleo diesel é o combustível mais usado no Brasil. Em 2018, serão consumidos aproximadamente 56 bilhões de litros. Desse total, 5,4 bilhões corresponde à parcela de biodiesel misturada ao combustível fóssil, que desde março é de 10%, o chamado B10. Cada litro de biodiesel consumido evita a importação e a queima de um litro de diesel fóssil.
“Ao contrário dos veículos elétricos que exigem substituição de motores, tecnologias e infraestrutura, no caso do biodiesel, a substituição é apenas do combustível, já que os veículos do ciclo Diesel estão aptos a receber o biocombustível”, destacou o diretor superintendente da Ubrabio, Donizete Tokarski.
A necessidade de previsibilidade para a indústria foi outro ponto abordado no encontro. Segundo o vice-presidente da Ubrabio, Antin Bianchini, para que o setor possa planejar seus investimentos, é preciso que haja segurança jurídica, com uma previsão do escalonamento da mistura.
“A legislação já prevê o aumento da mistura até 15%. O ideal é que tenhamos esses prazos definidos até o B15, uma vez que temos matérias-primas abundantes, com sucessivas safras recordes de soja, e os testes das montadoras e fornecedores de equipamentos para uso do B15 devem ter sua conclusão até janeiro do ano que vem”, pontuou Bianchini.
Também participaram da reunião o vice-presidente do Sindibio-RS, Gildo Barnes (Oleoplan), o representante da Granol Osvaldo Morichita e o diretor executivo da Ubrabio, Sergio Beltrão.