O Brasil é signatário do Acordo do Clima de Paris, ao lado de outros 191 países comprometidos com a redução de gases de efeito estufa para manutenção da vida no planeta. Entre uma das estratégias está o aumento do uso de biocombustíveis, como o biodiesel, que em 2018 vai evitar a emissão de 10,2 milhões de toneladas de CO2, o que equivale a plantar 74 milhões de árvores.
Em audiência com o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, nesta segunda-feira (16/07), o diretor superintendente da Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene), Donizete Tokarski, falou sobre a Política Nacional de Biocombustíveis, o RenovaBio, sancionada no final do ano passado, que propõe a substituição dos combustíveis fósseis por meio do reconhecimento dos biocombustíveis.
“O RenovaBio, em fase de regulamentação, vai contabilizar a eficiência energética e o potencial de descarbonização dos biocombustíveis e gerar créditos de descarbonização que vão permitir a competitividade entre os combustíveis”, explicou Donizete Tokarski.
Para a Ubrabio, os biocombustíveis representam uma janela de oportunidade para o Brasil, neste momento de transição para economia de baixo carbono. “O mundo inteiro está investindo em pesquisas para reduzir as emissões. O Brasil, com sua biodiversidade e vocação agrícola já tem sua solução. Ela está nos biocombustíveis”, argumentou.
Segundo Tokarski, ao contrário dos veículos elétricos que exigem substituição de motores, tecnologias e infraestrutura, no caso do biodiesel, a substituição é apenas do combustível, já que os veículos a diesel estão aptos a receber este combustível renovável. Ou seja, a mobilidade pode se tornar mais sustentável imediatamente.
Tokarski destacou ainda a visibilidade internacional do RenovaBio e a importância de o Brasil apresentar a política durante a Conferência das Partes da ONU – COP 24, que acontecerá em dezembro na Polônia.
Plataforma de Bioquerosene
Em junho, Juiz de Fora e a região da Zona da Mata de Minas Gerais lançaram a Plataforma de Bioquerosene e Renováveis da Zona da Mata, com o objetivo de desenvolver uma cadeia integrada para produção de do biocombustível de aviação, a partir da fração orgânica de lixo urbano e de óleos vegetais extraídos de espécies nativas da Mata Atlântica, como a macaúba.
O diretor superintendente da Ubrabio explicou que o projeto além incluir a agricultura familiar e associações de catadores de material reciclável, tem como pilar a recuperação de áreas de pastagens e bacias hidrográficas degradadas, por meio do plantio da macaúba, o que poderá promover o aumento de emprego e renda para o desenvolvimento sustentável da Zona da Mata.