A venda direta de biodiesel para empresas com frotas cativas, aprovada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na noite de ontem, deve surtir efeito já nos próximos dias.
Embora a medida ainda não tenha sido publicada no Diário Oficial da União (DOU) e, portanto, ainda não esteja valendo, o diretor superintendente da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Donizete Torkarski, está otimista. Ele acredita que, com a medida, as usinas voltarão a produzir biodiesel já no início da próxima semana.
“É uma medida que surte efeito imediatamente. E vários produtores já estão se manifestando”, afirmou. Segundo ele, já não há mais motivo para haver falta de combustível em regiões produtoras de biodiesel. “É questão de dias para a indústria voltar a funcionar. As usinas só estão paradas porque estão
com estoques cheios”, disse.
Ontem, a ANP autorizou a venda direta de biodiesel (B100) dos produtores para empresas com frotas cativas. Segundo a ANP, a medida permitirá que as frotas cativas possam ser abastecidas com biodiesel, “por conta e risco dos donos das frotas”, flexibilizando o uso e ampliando a disponibilidade de combustíveis para reduzir a interrupção no atendimento à população.
De acordo Torkarski, não há retirada de biodiesel desde o dia 24 e cerca de 125 milhões de litros já deixaram de ser entregues.
Segundo cálculos da Ubrabio, as perdas das usinas chegam a R$ 70 milhões por dia. Nesse valor, estão incluídas as vendas que deixaram de ser realizadas, despesas com funcionários e infraestrutura.
Na última quinta-feira, dia 24, a ANP flexibilizou a mistura obrigatória de 10% de biodiesel no diesel. Segundo Tokarski, a decisão fez com que a mistura voltasse ao zero no país.
Fonte: Valor Econômico