Autores: Renato de Oliveira Soares (INT/LACOR, renato.soares@int.gov.br), Vânia Mori (INT/LACOR, vania.mori@int.gov.br), Luiz Roberto Martins Pedroso (INT/LACOR, luiz.pedroso@int.gov.br), Maurício Guimarães da Fonseca (INT/LACOR, mauricio.guimaraes@int.gov.br), Vera Lucia Dionizio Resende (Instituto Nacional de Tecnologia – INT, vera.resende@int.gov.br), Monique Ribeiro de Jesus (INT/LACOR, monique.jesus@int.gov.br) e Eduardo Homem de Siqueira Cavalcanti (INT/LACOR, eduardo.cavalcanti@int.gov.br).

Resumo: Umas grandes vantagens do biodiesel em relação ao diesel derivado do petróleo é o aspecto ambiental, bem como o seu caráter de ser um combustível obtido de fontes renováveis, isto é, de derivados de produtos agrícolas e pecuários, como por exemplo, a soja, o algodão, o girassol e a gordura animal. Cabe destacar que dependendo da matéria prima a partir do qual é fabricado, verifica-se uma baixa estabilidade à oxidação, para aqueles biodieseis ricos em ésteres derivados de ácidos graxos insaturados, como os biodieseis produzidas a partir das três matérias primas oleaginosas acima citadas. Enquanto o diesel de petróleo durante o seu armazenamento exibe leve tendência á oxidação, notadamente a temperaturas abaixo de 100ºC, o biodiesel produzido de soja, por exemplo, que hoje domina o mercado brasileiro reage de forma autocatalítica com o oxigênio do ar. Trata-se de um processo irreversível, que é acompanhado pela geração de subprodutos primários e secundários, com sérios impactos na qualidade do produto.

Destacamos por exemplo, a formação de radicais ácidos livres e a de poligômeros e gomas. Como resultado temos dois conjuntos de desdobramentos indesejáveis. O primeiro envolvendo a acidificação do biodiesel, capaz de resultar no estabelecimento de processos de corrosão nos tanques, de ataques a componentes veiculares, como os sistemas de injeção eletrônica. Um segundo grupo, igualmente danoso, envolve a formação de micelas poliméricas, que se aglutinam sob a forma de borras orgânicas ou abióticas, capazes de obstruir bombas de combustíveis e de entupir filtros.

A evolução do processo oxidativo, pode ser minimizada, inibida ou retardada pela ação de antioxidantes, sejam: i) originalmente presentes no produto, como no caso do alfa-tocoferol que dependendo das temperatura de produção do biodiesel de soja, podem mesmo em proporções residuais permanecer no biodiesel produzido, ou ii) intencionalmente adicionados como, os antioxidantes sintéticos, de origem fenólica derivados da nafta, como butil-hidroxi tolueno (BHT) e o tercbutilhidroquinona (TBHQ). Face aos elevados custos e concentrações exigidas desses últimos, antioxidantes alternativos derivados de produtos naturais, também conhecidos como antioxidantes verdes têm pela frente um vasto mercado para uso. Por isso, muitos estudos vêm sendo feitos na busca de antioxidantes alternativos para o biodiesel, como os antioxidantes verdes, como por exemplo, óleos extraídos de sementes e vegetais tais como extratos de Camellia sinensis, tanino, cravo-daíndia, dentre outros.

O presente trabalho tem como objetivo avaliar a estabilidade do biodiesel B100 na presença de aditivos verdes como o extrato de Camellia sinensis e comparar a sua eficiência com os aditivos sintéticos BHT e aditivos comerciais Ant1, Ant2, Ant3 e Ant4. Cabe salientar estudos promissores com extratos de Camellia sinensis com biodieseis na condição de como fabricados foram reportados. Pretende-se com o trabalho em tela validar da eficiência do aditivo de Camellia sinensis comparativamente com aditivos antioxidantes sintéticos de mercado, como veremos a seguir.

Trabalho completo: 7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel, p. 54