Participante da III Biodiesel Week, o professor de Engenharia Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e consultor da Ubrabio, Donato Aranda, destacou em sua fala no evento diversos exemplos de países que estão à frente do Brasil no uso de biodiesel e os benefícios de apostar em fontes renováveis para o desenvolvimento econômico e social.

“A Indonésia tinha o B10, que é o que temos hoje no Brasil, em 2014. Ou seja, nós estamos oito anos atrasados em relação à Indonésia. Oito anos em um mundo digital é muita coisa. Eles passaram para o B20 em 2016”, lembrou o professor Donato.

O consultor da Ubrabio também mencionou os Estados Unidos, reforçando a experiência de diversos estados, como como Minnesota, onde já está em curso o mandato de B20 (20% de biodiesel ao diesel fóssil). “No estado de Illinois, mais de 70% dos postos fornecem B20. Washington D.C, por exemplo, toda a frota municipal utiliza B20 até B100. A frota municipal de Nova York utiliza B20, sendo mais de 11 mil veículos. Outra universidade emblemática, que é Harvard, toda sua frota usa o B20”, citou.

Ainda sobre a experiência da Indonésia, que passou a usar o B30 em 2021, e agora em 2022 faz teste para uso do B40, Aranda destacou que este aumento na mistura de biodiesel ao diesel trouxe benefícios importantes para o país asiático.

“As principais motivações do país são sociais, quase 1,4 milhão de empregos diretos associados a este setor. São oito bilhões de litros de biodiesel produzidos. O Brasil, que tem uma população um pouco maior que a Indonésia, deve produzir este ano seis bilhões de litros com o nosso B10”, explicou Aranda.