23/05/2019 – A Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio), que reúne 234 deputados e senadores, foi lançada nesta quarta-feira (22), em Brasília com a presença, do Legislativo, da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, do Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, do presidente da Embrapa, Sebastião Barbosa, e das entidades do setor produtivo.

Atualmente, o país é o segundo produtor mundial do biocombustível, atrás apenas dos EUA, e foi responsável pela produção de 5,3 bilhões de litros de biodiesel no ano passado.

Como apoio das três associações que representam o setor, Ubrabio, Abiove e Aprobio, a nova diretoria da FPBio assume a gestão com três agendas prioritárias: o início imediato do B11 (a mistura de 11% de biodiesel no diesel fóssil), a regulamentação e implementação definitiva do RenovaBio e a construção de políticas públicas para incentivar agregação de valor à produção nacional, fortalecendo a indústria brasileira.

Durante a cerimônia, o ministro Bento Albuquerque destacou a importância do biodiesel para a economia nacional e manifestou apoio da pasta ao início do B11 no segundo semestre deste ano.

“Defendemos a evolução do biodiesel como um combustível competitivo e que agrega valor. O futuro do biodiesel, mais do que nunca, depende de manter o foco no consumidor final”, ressaltou.

Albuquerque lembrou também a dependência brasileira de diesel importado. “Nossa dependência externa com a importação de óleo diesel de petróleo alcançou 21% no ano passado. Foram 11,4 bilhões de litros importados, com transferência de renda na nossa sociedade para o exterior. Esse volume de importação superou em mais de duas vezes a nossa produção de biodiesel”.

Para o ministro, o aumento da produção e do uso do biodiesel é importante para a segurança energética e deve visar sempre o consumidor final. “Com B11, vamos substituir diretamente cerca de 600 milhões de litros de diesel importado por biodiesel nacional, a partir de matérias-primas cultivadas no país e com geração de investimento, emprego e renda no Brasil”.

Já o presidente da Ubrabio, Juan Diego Ferrés, explicou que o biodiesel representa o equilíbrio. “Equilibramos o carbono que se acumula na atmosfera pelo uso de combustíveis fósseis, e os biocombustíveis cumprem esse papel ao retirar o carbono e o disponibiliza como forma de energia. O biodiesel ajuda a preservar nosso habitat. Ele trabalha a favor da humanidade. Além disso, o biodiesel permite um extraordinário aproveitamento do potencial brasileiro, transformando sol, água e terras férteis em empregos, em desenvolvimento, em macroeconima”.

RenovaBio

Representando a Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético, o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) assinou um termo de cooperação com a FPBio para ações convergentes na regulamentação e implementação da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio).

O presidente da FPBio, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), celebrou a união dos setores, destacando a importância dos biocombustíveis para a economia brasileira.

Confira a entrevista com o presidente da Ubrabio, Juan Diego Ferrés, sobre a necessidade de seguir o cronograma previsto para a evolução do uso de biodiesel no Brasil e como o B11 pode contribuir para evitar uma nova greve de caminhoneiros:

Leia o discurso do ministro Bento Albuquerque na íntegra:

Leia o discurso do ministro Bento Albuquerque na íntegra:

A Frente Parlamentar Mista do Biodiesel viabiliza o diálogo! É o ponto de encontro no nosso Poder Legislativo para ouvir as demandas da sociedade por energia renovável no setor de transporte coletivo de passageiros e de cargas. É o ponto de encontro para as demandas da agroindústria brasileira, em especial da soja e de carnes, que têm ligação umbilical com a indústria de biodiesel.
No Ministério de Minas e Energia, valorizamos o diálogo em todas as instâncias, em todos os níveis da sociedade brasileira.
Assim, a Frente Parlamentar Mista do Biodiesel vem para somar de forma fundamental para o desenvolvimento do biodiesel no Brasil. A Frente passa a ser o nosso canal mais próximo com os Deputados e os Senadores nessa temática específica desse biocombustível. Esse trabalho conjunto e bem articulado entre Poder Executivo e Poder Legislativo é fonte para o sucesso.
Aliás, o biodiesel é uma fonte energética de sucesso!
Todo o diesel comercializado no país tem hoje 10% de biodiesel. Somos o segundo maior produtor mundial. Produzimos mais de 5,3 bilhões de litros no ano passado. Foi um crescimento de 25%, em um ano apenas.
Temos uma indústria consolidada e espalhada pelo Brasil, que traz desenvolvimento econômico e social em todas as regiões. Isso a partir de um combustível que contribui diretamente para reduzir as principais emissões poluentes nas cidades e no campo, assim como mitiga os gases causadores do aquecimento global. Produzir biodiesel e outros biocombustíveis no Brasil é bom para o mundo também.
O aumento da produção e do uso do biodiesel é também importante para a segurança energética. Nossa dependência externa com a importação de óleo diesel de petróleo alcançou 21% no ano passado. Foram 11,4 bilhões de litros importados, com transferência de renda na nossa sociedade para o exterior. Esse volume de importação superou em mais de 2 vezes a nossa produção de biodiesel.
Além disso, desde o início do biodiesel, em meados da década passada, esse biocombustível mostra uma curva de aprendizado de sucesso. Quando começou, não era um produto necessariamente competitivo na ótica econômica. Chegou a ser o dobro do preço do diesel. Hoje, a história é outra. O preço do biodiesel é competitivo!
Mas o sucesso do biodiesel até aqui não significa que o trabalho se encerrou. Há muitos desafios a serem trabalhados. Estamos aqui para ajudar nessa solução. É nossa missão.
Defendemos a evolução do biodiesel como um combustível competitivo e que agrega valor. O futuro do biodiesel, mais do que nunca, depende de manter o foco no consumidor final.
Valorizamos o uso voluntário de biodiesel. Sendo o produto competitivo que é, precisamos estimular, por mecanismos de mercado, o aumento espontâneo do seu uso, acima do mínimo exigido na lei. Quem ganha é o consumidor e a sociedade!
Valorizamos também a previsibilidade. O RenovaBio é a solução para isso. Uma política estabelecida em lei, com metas decenais de descarbonização para matriz de combustíveis. O Ministério de Minas e Energia, neste momento, está com a consulta pública aberta para a definição do próximo ciclo de metas decenais do RenovaBio, de 2020 a 2029. Levaremos o resultado dessa consulta pública à decisão do CNPE em junho, provavelmente. A participação de todos vocês é importante nessa consulta pública. O sucesso da política pública depende do diálogo com a sociedade.