AUTORES: Mailena Silva Dourado (LABEC/UFBA, mailenasilva@hotmail.com), Donato Alexandre Gomes Aranda (GREENTEC/UFRJ, donato.aranda@gmail.com), Emerson Andrade Sales (LABEC/UFBA, andradesales.emerson@gmail.com).

RESUMO: A utilização dos resíduos graxos industriais apesar da necessidade de estudos mais aprofundados, quando aplicados industrialmente, mostra-se eficientes como matérias-primas para a produção de biodiesel com o uso de catalisadores heterogêneo devido o alto índice de acidez, objetivando a sustentabilidade do planeta através da química verde e a minimização de custos operacionais, tais como nas etapas de separação e purificação, quanto na substituição de agentes químicos de origem fóssil (metanol) na produção de biodiesel. A pureza da glicerina oriunda dos processos convencionais de obtenção de biodiesel é entre 75-85%, podendo ser atingida até 90-95% de pureza se areação de transesterificação for otimizada (BOURNAY et al, 2005). As impurezas presentes na glicerina bruta podem ser: ácido graxo, composto resinoso e nitrogenado, substancia coloridas, hidrocarbonetos e produtos fermentados, a saber: trimetilenoglicol, ácido láctico, ácido succínico, ácidos graxos oxidados de baixo peso molecular, aldeídos e cetonas (BAILEY; HUI, 1996, MINER, 1953). Além do álcool não reagido, que segundo Thompson (2006) estaria entre 23,4% e 37,5 % de metanol. Esses ácidos graxos gerados na hidrolise da glicerina podem ser usado como matéria prima para a produção de biodiesel. A utilização de resíduos graxos de elevada acidez é uma alternativa bem interessante pela possibilidade de geração de biocombustíveis com baixo custo de produção, já que ela foi permitida na Lei 11.097 de 2005. Sem dúvida, essa estratégia parece mais atraente do que a utilização de óleos vegetais neutralizados, como os exigidos nos processos de transesterificação, e também por não chocar com os interesses das indústrias alimentícias. O uso do ácido graxo residual como matéria prima para produção de ésteres é justificado pela quantidade de ácidos graxos presente nas amostras desse resíduo. O reaproveitamento dos resíduos gerados na purificação da glicerina é uma busca de novas alternativas como matéria-prima, permitindo assim produzir biodiesel a custo mais baixo quando comparado a outros insumos utilizados. Os ácidos graxos gerados na hidrólise da glicerina podem ser utilizados como matéria prima para a produção de biodiesel. O uso de resíduos graxos de elevada acidez é uma alternativa que apresenta pontos positivos do ponto de vista ambiental, e também financeiro, vista como uma estratégia mais atraente do que a constante utilização de óleos vegetais neutralizados, como os exigidos nos processos de transesterificação, e não apresentam conflitos de interesses das indústrias alimentícias. Este trabalho propõe a utilização dos resíduos graxos gerados no processo de purificação do glicerol como matéria prima para produzir biodiesel.

Trabalho Apresentado no 6° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel e 9º Congresso Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleos, Gorduras e Biodiesel.

Trabalho completo: Livro 2, p. 973