Segunda-feira, 23 de maio de 2022.

 

Em entrevista ao programa “Bom dia, Produtor”, da Rádio 96 FM de Rio Verde (GO), o diretor superintendente da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Donizete Tokarski, defendeu que o campo brasileiro avance na industrialização para ser o grande vetor do desenvolvimento nacional. “Eu acho que o agro hoje tem bastante tecnologia e nós temos uma grande área já incorporada para produção. Mas, eu entendo que é necessário fazermos a industrialização do agro no país. Esse é o grande vetor para o desenvolvimento”, disse.

“Nós somos hoje, de uma maneira, assim, simplória, um fazendão. Nós exportamos muita matéria-prima, mas nós não industrializamos, não verticalizamos essa produção, não agregamos valor ao produto. Essa é a necessidade, a tendência que eu vejo para que o país possa gerar mais oportunidade de emprego, renda, qualificar a produção e fazer com que tenhamos uma sustentabilidade não só econômica, mas social e ambiental”, reforçou o diretor da Ubrabio.

Indagado sobre o papel do biodiesel na industrialização do agro e do país, Donizete lembrou que o biodiesel não é só um combustível. “O biodiesel é mais do que segurança energética. Ele é também segurança alimentar. É também a melhoria da qualidade de vida das pessoas, pois, através da redução de emissões de gases de efeito estufa, ele também está diretamente associado com a saúde pública”, destacou.

O diretor superintendente da Ubrabio acrescentou que o biodiesel reduz os índices de poluição que hoje são gravíssimos em função do uso do combustível fóssil. “E, nós temos dois tipos de diesel fóssil (de uso rodoviário), que são utilizados pelas frotas brasileiras: o S10 e o S500. Esse S500 é o que chamamos de ‘combustível veneno’, o combustível que traz muitos malefícios à sociedade. Precisamos banir esse produto do mercado e aumentar a participação de biocombustível, principalmente o biodiesel, que já tem uma indústria pujante, com capacidade de produzir mais de 12 bilhões de litros por ano de biodiesel”, pontuou.

Durante a entrevista à Rádio 96 FM, de Rio Verde (GO), Donizete mencionou a visita que fez ao Grupo Cereal, indústria associada à Ubrabio. “A indústria que visitamos aqui é um grande complexo industrial. Eles não produzem só biodiesel. Têm diversos outros subprodutos associados, e uma capacidade de geração de emprego de quase mil pessoas. Então, veja a importância disso para a região, que, além disso, é como se fosse um poço de petróleo, mas um petróleo limpo, um petróleo com um pré-sal verde”, descreveu.

O dirigente acrescentou: “Nós temos esse aspecto, o envolvimento da região nesse produto, mas é importante nós observamos que, para valorizar o produto aqui da região, nós poderíamos ter políticas diferenciadas tanto para o transporte público quanto para a própria produção agrícola. Os grandes consumidores de diesel poderiam imediatamente, e não depende de legislação nenhuma, utilizar uma mistura de biodiesel no transporte urbano de 20%, que nós chamamos B20, ou na agricultura o B30, ou 30% de biodiesel no diesel”.