06/10/2020-Associações dos setores de biodiesel, biogás, etanol de cana-de-açúcar e etanol de milho pediram, nesta segunda-feira (05/10), que o Ministério de Minas e Energia (MME) fortaleça o Departamento de Biocombustíveis.
Em audiência com o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME, José Mauro Coelho, representantes das associações destacaram os desafios para o futuro dos biocombustíveis e o papel importante do ministério na condução das políticas públicas para este setor.
“Nós estamos preocupados com alguns pontos do RenovaBio, desde a questão da certificação, porque muitos processos estão um pouco lentos e temos a necessidade de celeridade para que as empresas possam, não só emitir os CBIOs, mas ter validade já este ano”, disse André Rocha, presidente da Fórum Nacional Sucroenergético. Ele também falou sobre a preocupação em relação à redução das metas do RenovaBio, o que poderia causar uma desmotivação no programa.
Os leilões de biodiesel e a regulamentação do diesel verde também foram pontos destacados na reunião que demonstrou a integração e alinhamento entre os representantes dos diferentes combustíveis renováveis.
“Nós entendemos que não existe mais a visão de combustíveis fósseis sem agregar o uso de biocombustíveis juntos. Essa visão condenaria a sustentabilidade e a sustentabilidade é o mandato da sociedade no mundo”, comentou o presidente da Ubrabio, Juan Diego Ferrés. Ele trouxe ainda os exemplos de grandes empresas petrolíferas que já estão direcionando seus investimentos para a transição energética, e os biocombustíveis terão cada vez mais relevância neste movimento.
Já o diretor superintendente da Ubrabio, Donizete Tokarski, chamou a atenção para a retomada pós-pandemia. “Diante desta retomada que o Brasil precisa na economia, desenvolvimento de atividades que gerem mais empregos, nós entendemos que os biocombustíveis são de fato uma oportunidade que nós não podemos perder e precisamos valorizar mais. Nesse aspecto, nós queremos que o fortalecimento do DBio se dê no sentido de preservar as políticas públicas”, explicou.
Por fim, o secretário José Mauro Coelho afirmou que os biocombustíveis sempre foram e continuam sendo de “fundamental relevância para o MME”.
“Entendemos claramente a importância dos biocombustíveis e cada vez mais temos outros biocombustíveis surgindo na matriz brasileira, como o biogás, o diesel verde e o bioquerosene, o que de certa forma nos traz desafios. Mas o certo é: o Brasil aposta nos biocombustíveis e nós queremos fortalecer cada vez mais essa política”, garantiu Coelho.
Ele informou ainda que o MME já tem um nome para ocupar a direção do DBio, mas não revelou quem seria.