04/06/2020 – Representantes dos setores de biodiesel, etanol, biogás, bioquerosene e HVO participaram nesta quinta-feira (04/06) do lançamento de uma coalizão pró-biocombustíveis, uma iniciativa liderada pela Frente Parlamentar do Biodiesel, Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético, União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) e União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

O lançamento da Biocoalizão aconteceu em um webinar promovido para celebrar a Semana Mundial do Meio Ambiente, que contou com a audiência de 1,1 mil pessoas.

“[Com essa coalizão] estamos de certa forma propondo transformar em algo mais concreto algo que já vem acontecendo naturalmente ao longo do tempo. Vamos reforçar a missão dos biocombustíveis, que é dotar a humanidade de uma alternativa para a substituição do petróleo”, celebrou o presidente da Ubrabio, Juan Diego Ferrés.

Presidente da Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético, o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania/SP) elencou três pontos que já devem ser incluídos na pauta de trabalho da Biocoalizão: 1) incentivo à warrantagem para o setor do etanol ter capacidade de enfrentar a crise, 2) definição sobre a taxação dos CBios e novas metas do RenovaBio e 3) a antecipação do B13, uma forma de reduzir a importação de diesel e de garantir a oferta de farelo de soja para o mercado interno.

Pleiteada pelo setor de biodiesel, a antecipação do aumento da mistura obrigatória de biodiesel de 12% para 13% (o B13), foi defendida por diversos agentes presentes no webinar. A questão foi levada à reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), também realizada nesta quinta e, apesar de ter sido negada pelo CNPE, a proposta ganhou um aliado de força: o setor de etanol.

O presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, André Rocha, destacou, por exemplo, a importância do biodiesel para a agricultura familiar e a cultura da soja. “Conte com nossa torcida para o B13. B13 agora, B15 depois. Estamos juntos nessa luta, como estivemos também no RenovaBio”.

Já o presidente da Unica, Evandro Gussi, relembrou seu período como deputado federal, em que presidiu a Frente Parlamentar do Biodiesel (2015-2018) e articulou a tramitação em tempo recorde do marco regulatório do biodiesel na Câmara dos Deputados.

“A Unica apoia absolutamente essa antecipação e esse incremento para 13% de mistura. Quanto mais biodiesel nós tivermos na produção das usinas [de etanol], maior vai ser a nota de eficiência energética delas [no RenovaBio], dada a competência do biodiesel para reduzir emissões provocadas pelo diesel”, defendeu Gussi.

Retomada da Economia

“Aquilo que é comum, nós já estamos efetivamente trabalhando”, destacou o presidente da Frente Parlamentar do Biodiesel, deputado Jerônimo Goergen (PP/RS). “Estamos trabalhando para que a política bioenergética tenha uma segurança. Nosso cenário tem perspectivas futuras muito interessantes, porque será o agronegócio que vai, mais uma vez, sustentar a retomada do país”.

A visão também é compartilhada pelo deputado federal Fernando Coelho Filho (DEM/PE). Segundo ele, o setor de biocombustíveis “se bem estimulado, tem condições de corresponder com aquilo que o Brasil vai precisar no segundo semestre, que é a geração de emprego e renda para poder reativar a atividade econômica”.

O deputado Enrico Misasi (PV/SP), que também é coordenador-geral da Frente Parlamentar do Biodiesel, definiu o lançamento da Biocoalizão como um “momento histórico” que oferece ao Brasil um “projeto de Nação com visão de longo prazo”.

Qualidade do ar e mudanças climáticas

Para o representante da sociedade civil no CNPE, Plínio Nastari, nesses tempos de pandemia fica ainda mais clara a importância do controle da poluição do ar. “Na verdade, a gente está tratando de questões que afetam a respiração. E está mais do que comprovado que os biocombustíveis são um elemento fundamental para o controle da poluição atmosférica”, afirmou.

De acordo com o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, José Gutman, a ‘era da bioenergia’ vai demandar investimentos para aumentar a oferta de biodiesel, etanol, biometano, bioquerosene de aviação e diesel verde.

“Se não houver manutenção dos investimentos em transição energética – e o mundo caminha para uma economia de baixo carbono, com a importância cada vez maior das energias limpas –, a retomada das atividades pode elevar as emissões a níveis pré-crise. O que demonstra que precisamos impulsionar essas energias limpas de forma a atingir as metas firmadas nos acordos climáticos”, destacou Gutman.

Entidades que apoiam a Biocoalizão:

Frente Parlamentar do Biodiesel; Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético; União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene – Ubrabio; União da Indústria de Cana-de-Açúcar – Unica; EnP Energy Platform; Fórum Nacional Sucroenergético; Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia – Novabio; Associação Brasileira do Biogás; União Nacional da Bioenergia – Udop; Rede Brasileira de Bioquerosene e Hidrocarbonetos Renováveis para Aviação – RBQAV; Arranjo Produtivo Local do Álcool – Apla; Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis – CEISE Br; Instituto de Tecnologia Canavieira de Piracicaba – ITC; Embrapa Agroenergia.

Assista o webinar: