O livro “Biomass and Green Chemistry – Building a Renewable Chemistry”, recém-lançado pela editora alemã Springer Nature, traz autores do Brasil, Alemanha, Áustria, Portugal, Itália, China, Holanda, África do Sul, Colômbia e Chile. Em oito capítulos e um glossário, buscou-se descrever os principais tipos de biomassa vegetal, suas características químicas e seu potencial para substituir o petróleo como matéria-prima pela indústria química, de acordo com os princípios da química verde, explica o editor e pesquisador da Embrapa Agroenergia Silvio Vaz Júnior.

Autores de diferentes áreas científicas e técnicas, da indústria e da academia, dão uma visão geral do estado da arte e dos desenvolvimentos em andamento. Aspectos como bioeconomia, biorrefinarias, química renovável e sustentabilidade também são considerados, dada sua relevância neste contexto, salienta o editor.

Na obra também são analisados os princípios da química verde e sua relação com a biomassa, além de explorar os principais processos de conversão de biomassa em bioprodutos.

Pesquisadores da Embrapa Agroenergia também ficaram responsáveis por dois capítulos. O primeiro, no capítulo é introdutório, Silvio Vaz conta que descreve sobre como os 12 princípios da química verde estão relacionados com o uso das biomassas agroindustriais.

De acordo com Sílvio, o desenvolvimento de matérias-primas renováveis para a indústria química a fim de substituir o petróleo é um grande desafio estratégico para o século XXI. Neste contexto, o uso de diferentes tipos de biomassa vegetal – amido, lignocelulósica, oleaginosa, sacarídica e algas – pode ser visto como uma alternativa viável ao uso de matérias-primas não renováveis ​​e mais poluentes, como o petróleo.

Além disso, oferece um modelo para agregar valor econômico às cadeias agroindustriais, como soja, cana-de-açúcar, milho e florestas, entre outros. Isso, por sua vez, contribui para a sustentabilidade de uma ampla gama de produtos químicos, principalmente orgânicos e seus processos de transformação, como os polímeros, que são amplamente utilizados pela sociedade moderna.

Já outro capítulo que pesquisadores da Embrapa Agroenergia participam “Oleaginous Biomass for Biofuels, Biomaterials, and Chemicals“, são abordados assuntos sobre a estrutura química de óleos e gorduras vegetais.

Simone Fávaro, que escreve com mais cinco autores, destaca que foi abordado um panorama econômico da produção mundial desses óleos, e foi feito um material expositivo sobre as principais características desses óleos e gorduras do ponto de vista industrial. Além dessa abordagem, a pesquisadora Itânia Soares destacou a produção de biodiesel. Outro tópico abordado neste capítulo foram os polímeros, com a colaboração do professor Fabrício Machado, da Universidade de Brasília.

Além desses dois capítulos, quem adquirir a obra pode ter informações nos outros seis sobre: Biomassa Sacarídea para Biocombustíveis, Biomateriais e Produtos Químicos; Biomassa Amilácea para Biocombustíveis, Biomateriais e Produtos Químicos; Biomassa Lignocelulósica para Biocombustíveis, Biomateriais e Produtos Químicos; Microalgas para Usos Industriais; Conversão Enzimática de Áçúcares de Primeira e Segunda Geração; Sustentabilidade da Biomassa; e um glossário que define, de modo didático, os principais termos técnicos e científicos associados à biomassa e à química verde.

Quem tiver interesse em adquirir essa obra pode ter acesso para compra no site da editora Springer