As compras pelas usinas de biodiesel de matéria prima da agricultura familiar no primeiro semestre deste ano somaram R$ 859 milhões. Até o final do ano, as vendas podem chegar a R$ 1,2 bilhão, 13% mais do que em 2010, quando o mercado deu um salto de 56% em relação a 2009: de R$ 677,34 milhões para R$ 1,058 bilhão. Se comparado com os R$ 68,57 milhões de 2006, o crescimento é de 17 vezes.
De acordo com o coordenador de Biocombustiveis da Secretaria da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Marco Antônio Viana Leite, a consolidação da participação da agricultura familiar ocorre simultaneamente ao aumento do cooperativismo motivado pela demanda gerada pelas usinas. O número de cooperativas do Programa Nacional de Uso e Produção de Biodiesel passou de quatro, em 2006, para as atuais 70.
O Selo Combustível Social ocupa o espaço de outros fornecedores, pois as vendas crescem ano a ano mesmo sem um aumento da mistura com o derivado de petróleo, que continua em 5%. “Não há perspectiva de passar a 6% ainda, pois está sendo feito um trabalho de consolidar o Selo Social nos leilões antes de expandir o programa”, afirma Leite.
Palma – Leite prevê que um salto será dado por volta de 2014, quando cerca de dois mil produtores entregarão as primeiras safras de óleo de palma (dendê), que estão sendo plantadas agora com apoio do programa. As palmeiras levam três anos para começar a produzir e há outros usos para óleo, principalmente como alimento, que terão prioridade sobre o combustível.
A palma é a oleaginosa de maior produtividade de bioenergia, com um rendimento de 4 a 6 toneladas de óleo por hectare plantado. O incentivo está sendo oferecido para o plantio de 10 hectares por propriedade, nas regiões previstas pelo zoneamento da palma, sem derrubar mata nativa para a expansão da lavoura.
Mamona – As compras de mamona, em sua maioria no Nordeste e Semiárido, passaram de R$ 5,1 milhões em 2008 (1,8% do total) para R$ 26,7 milhões em 2009 (3,8% do total) e para R$ 46,3 em 2010 (4,4% do total). Do total da área produzida de mamona no Brasil em 2010, quase 50% foi da agricultura familiar participante do programa.