Segundo dados coletados pelo Ministério de Minas e Energia o mercado interno de biodiesel segue em expansão e pode encerrar o ano como o maior mercado consumidor de biodiesel do planeta, apeando a Alemanha do posto que ocupou até 2010.
A disputa pela liderança está intensa. Até junho passado o consumo brasileiro e alemão estavam praticamente equiparados em 1,2 bilhão de litros. Só que, enquanto a demanda brasileira segue com um viés moderado de alta em relação ao ano anterior –, o consumo alemão havia recuado em praticamente 200 milhões de litros no mesmo período.
Produção

Enquanto o Brasil pode assumir a liderança do consumo mundial de biodiesel, no ranking da produção a história é outra e o país deve cair duas posições.
Estimativas do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuário (INTA) da Argentina informam que a produção de biodiesel do país vizinho deverá fechar o ano de 2011 com pouco mais do que 3,6 bilhões de litros produzidos.
Considerando os dados mais recentes publicados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a produção de biodiesel brasileira anualizada deverá ficar pouco acima de 2,6 bilhões de litros. Com isso o Brasil pode vir a perder pelo menos duas posições do ranking dos maiores produtores de biodiesel do mundo e ir parar na quarta colocação.
Isso não quer dizer que a produção do Brasil esteja encolhendo. Muito pelo contrário. Até o mês de setembro as usinas nacionais haviam produzido 1,7 bilhão de litros de biodiesel, um crescimento de 9% sobre o mesmo período do ano passado. O problema é que Estados Unidos e Argentina vem apresentando um ritmo de expansão bem superior em suas indústrias.
Nas contas da INTA, a produção dos hermanos deverá crescer 28% em relação ao ano passado. Até o momento já foram produzidos praticamente 3 bilhões de litros pelas usinas argentinas dos quais 1,7 bilhão foi exportado.
Já nos Estados Unidos, a indústria de biodiesel – que teve um 2010 fraco por conta do cancelamento dos incentivos governamentais – está de volta com força total. Até agosto, as usinas norte-americanas já haviam despejado no mercado pouco mais de 2,1 bilhões de litros, com uma produção mensal que praticamente triplicou de janeiro para agosto. Se simplesmente anualizarmos o número, o volume de produção dos EUA vai superar os 3,2 bilhões de litros, mas, como o ritmo mensal de produção continua em crescimento, o valor final deverá ser maior.
O fiel da balança será a Alemanha. No ano passado, o país europeu foi a maior fabricante de biodiesel do planeta com 2,6 bilhões de litros. Mas o mercado alemão vem enfrentando um período de estagnação, o que tem levado a volumes decrescentes de produção desde 2007 – ano em que o país cravou seu recorde histórico com quase 3,3 bilhões de litros produzidos. Se essa trajetória se mantiver, é bem possível que Alemanha termine o ano praticamente empatada com o Brasil.