Muita gente não sabe, mas os produtores de carne também têm se preocupado em tornar o setor mais sustentável em todo o mundo. E uma das formas de reduzir o impacto desse setor sobre o meio ambiente é a reciclagem animal, que consiste em utilizar, após o abate do animal, todas as partes de seu organismo na produção dos mais variados produtos.
Não adequados ao consumo humano, ossos, penas, vísceras e sangue podem ser transformados em farinha, óleo, gordura, gelatina e uma série de outros produtos que podem alimentar animais não ruminantes — aves, suínos, peixes, crustáceos e animais domésticos. Já a gordura e o sebo se transformam em produtos de higiene, de limpeza, cosméticos e até biodiesel.
Além de movimentar ainda mais a economia, a atividade reduz a emissão de gases causadores do efeito estufa. Segundo a Associação Brasileira de Reciclagem Animal (Abra), a decomposição da carcaça de um boi, por exemplo, libera, em média, 1,2 tonelada de gás carbônico, um dos responsáveis pelo aquecimento global. Dessa forma, a reciclagem de todo o gado existente no país — número estimado em 218 milhões de cabeças pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) em 2016 — evitaria a emissão de 301 mil toneladas de CO2.
Exportações
Atualmente, o setor da reciclagem animal no Brasil conta com 334 indústrias e é responsável por 55 mil empregos diretos no país, contribuindo com quase R$ 8 bilhões para o Produto Interno Bruto (PIB), segundo a Abra. Os produtos gerados são vendidos não só no mercado interno, mas exportados para Estados Unidos, Chile, Alemanha, Itália, Vietnã, Bangladesh, Argentina, Moçambique, África do Sul e Hong Kong, entre outros lugares. Hoje, o país é o 12º maior exportador de farinhas e gorduras de origem animal.
Fonte: Correio Braziliense