Durante seminário realizado nesta terça-feira (22) na Câmara dos Deputados, o chefe do Centro de Pesquisas e Análises Tecnológicas da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Alex Brito de Medeiros, deixou claro que o diesel coprocessado, também chamado diesel RX, comercializado pela Petrobras, não pode ser considerado um biocombustível, e sim um combustível fóssil.

“A ANP definiu lá atrás que biodiesel seria o (biodiesel de base) éster. Depois, surgiu a questão do diesel verde, que a gente fez questão de dar esse nome, porque é uma nova rota, também renovável. Mas isso não se aplica ao coprocessado”, disse Medeiros, durante seminário “As Externalidades da Política Nacional de Biodiesel, realizado pela Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio), que ocorreu nesta terça-feira (22), no auditório Freitas Nobre, na Câmara dos Deputados.

Questionado pela plateia sobre se o diesel coprocessado poderia ser classificado como biodiesel, o chefe do Centro de Pesquisas e Análises Tecnológicas da ANP disse discordar. “Essa é uma questão para a qual não há discussão. Para ANP, (o coprocessado) esse é um diesel A. Ou seja, um diesel fóssil”, declarou. Brito Medeiros disse ainda que há, dentro da agência, uma avaliação sobre como classificar esse combustível de base fóssil. “Agora, está havendo uma discussão. Eu não sei se vai ter um nome novo”, disse.

Nos últimos anos, a Petrobras tem feito pressão para que o diesel coprocessado seja incluído no mandato de biodiesel, que estabelece uma mistura desse biocombustível ao diesel fóssil. Na segunda-feira 21/11, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) definiu que, além de manter a mistura em 10% até março de 2023, o mandato de biodiesel poderá incluir também o combustível comercializado pela Petrobras.

“O CNPE decidiu ontem. Vai entrar no mandato (de biodiesel). Agora, de que forma isso vai ter que ser controlado. Então, realmente a gente vai trabalhar essas questões internamente”, disse Medeiros, mencionando que, “por definição, o coprocessado não é biodiesel”. “Existe um pedaço do coprocessado que é renovável. Agora não sei em qual grau. A Petrobras vai (ter que) demonstrar isso”, comentou.