O presidente da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Juan Diego Ferrés, apresentou nesta terça-feira (18) ao presidente da Câmara, Arthur Lira (DEM-AL), estudos e justificativas econômicas e de mercado para a retomada da mistura de 13% do biodiesel ao diesel fóssil. Este percentual foi reduzido para 10% em março.

“A utilização do biodiesel proporciona ao país vantagens econômicas, sociais e ambientais que justificam o esforço do governo para que a mistura do biodiesel volte a ser de 13%, como prevê a legislação”, argumentou Juan Diego Ferrés. “Diante de tantas externalidades positivas, vale a pena o esforço do governo para voltar aos percentuais de mistura do biodiesel”, afirmou.

O presidente da Ubrabio acrescentou o retorno da programação da mistura obrigatória definida pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) – de 13% este ano, 14% em 2022 e 15% em março de 2023 – é viável, mesmo no atual cenário internacional de preços elevados das commodities.

Os empresários do setor entendem que, mesmo com os preços elevados da soja, todo o trading agrícola do país é beneficiado, inclusive as indústrias de biodiesel. “O desconforto momentâneo do preço do biodiesel é insignificante diante dos benefícios gerados pela alta cotação da soja”, explicou Juan Diego Ferrés.

Além de Ferrés, participaram da audiência com Arthur Lira o produtor Cidinho Santos, a deputada estadual Jô Pereira (MDB-AL), e o presidente da Federação UNICAFES (União das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária), Antonino Cardozo, que representa produtores de nove Estados do Nordeste, além de dirigentes de outras entidades que representam produtores.

“É fundamental esta associação entre agricultura familiar e indústria de biodiesel para a melhoria das condições econômicas e sociais da região, além de baratear a produção de alimentos com a maior oferta de farelo para ração animal”, disse Antonino Cardozo.

Política energética

O presidente da Ubrabio também se encontrou com o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, José Mauro Ferreira Coelho, com quem tratou sobre a necessidade do fortalecimento e ampliação do programa do biodiesel na região Nordeste envolvendo a produção de oleaginosas pela agricultura familiar.

No encontro, Ferrés ressaltou a importância do programa do biodiesel para a criação de uma agenda positiva que possa harmonizar melhor as informações divergentes difundidas no mercado de biocombustíveis.