30/10/2020-A introdução do diesel verde na matriz de combustíveis brasileira é um assunto que requer ampla discussão, inclusive legislativa, não somente porque tornará o Diesel B mais sustentável, mas também porque será vetor para o desenvolvimento de outro importante biocombustível, o bioquerosene.

O tema passou por consulta pública na ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural de Biocombustíveis), com o objetivo de regulamentação, e também está sendo analisado pelo Comitê RenovaBio, que deve construir uma proposta para esse novo combustível.

A Ubrabio concorda com o entendimento da ANP, manifestado no processo de especificação do diesel verde, de preservar o mandato de biodiesel, ficando amplo espaço para a introdução do diesel verde na parte que hoje é do diesel fóssil.

O recente anúncio da Petrobras sobre a produção de diesel coprocessado com 5% de óleo de soja é positivo na medida em que busca melhorar a qualidade do combustível, e há espaço no mercado para a introdução deste novo combustível na parcela fóssil do diesel, que hoje é de 88% e do qual o Brasil, inclusive, é dependente de importação (mais de 20%) – ou seja, não há necessidade de competição com o biodiesel.

Os esforços devem ser no sentido de evoluir na substituição de fósseis por renováveis e, para isso, biodiesel, diesel verde e diesel coprocessado precisam ser aliados, não concorrentes.

A Ubrabio reafirma o apoio à introdução do diesel verde no Brasil, e que a Petrobras também procure melhorar o diesel fóssil adicionando uma parcela de renovável (coprocessamento). Para garantir o sucesso da política brasileira de biocombustíveis e o efetivo aproveitamento do potencial produtivo do país, este debate precisa ser feito de forma ampla e buscando a convivência entre os diversos combustíveis.