20/08/2020 – O presidente da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Juan Diego Ferrés, participou na manhã desta quinta-feira (20/08) de uma reunião convocada pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, para discutir o 75° Leilão de Biodiesel, que foi retomado também nesta quinta, às 14 horas.

A reunião foi agendada a pedido do deputado Jerônimo Goergen (PP/RS), presidente da Frente Parlamentar do Biodiesel, e contou com a participação do Secretário de Petróleo, Gás e Biocombustíveis do MME, José Mauro Coelho; do diretor-geral da ANP, José Gutman; dos diretores da ANP Dirceu Amorelli e Felipe Kury e do ex-senador Cidinho Santos, além de representantes das outras entidades do setor.

Durante a reunião, Ferrés destacou que a Ubrabio, cujos associados representam 42% do volume ofertado no L75, está aderente ao encaminhamento que foi dado pelo ministério para prosseguimento do certame.

Na oportunidade, o presidente da Ubrabio abordou alguns pontos complementares à questão do leilão:

– Leilão: “Destacamos que o Petronect já vai totalizar mais de 50 leilões realizados e serviu muito bem durante oito anos, mas pode ser objeto de aperfeiçoamento, sem prejuízo da continuidade dos leilões. A Ubrabio defende veementemente a continuidade dos leilões”. Já o ex-senador Cidinho Santos defendeu um modelo de comercialização de biodiesel que promova a equidade de forma a não prejudicar os produtores sem Selo Combustível Social neste leilão, o que corrobora com posicionamento da Ubrabio.

– Importação de biodiesel: A Ubrabio repudia as propostas relativas à importação de biodiesel. “Ressaltamos a falta de justificativa para importação de biodiesel pleiteada de forma oportunista, de curto prazo. Essas propostas se mostram oportunistas por, entre outras coisas, ignorarem a sustentabilidade social e econômica do programa de biodiesel, que ajudou a estruturar mais de 50 mil famílias de agricultores ao longo dos últimos anos. Reconhecemos que o Selo Combustível Social merece análise e revisão, mas com participação também da ministra Tereza Cristina (MAPA) e do ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional). Modernizar o Selo Social é estratégico para ampliar suas finalidades de acordo com a visão do novo governo”.

– Mistura obrigatória: “A Ubrabio concorda em flexibilizar a mistura para o próximo leilão (L76), no limite de B11, mas com previsibilidade para que os produtores possam planejar a aquisição de matéria-prima”.

– Agregação de valor: “Isso [B11 para novembro e dezembro] ocorre em sintonia com os interesses da agregação de valor no país, onde o complexo soja é emblemático. A discussão sobre agregação de valor e a estruturação de uma política de equalização do complexo soja podem contribuir para a redução do desemprego e viabilização da reforma tributária. Um exemplo é a utilização do farelo na indústria de carnes, que emprega milhões de pessoas e promove exportação com valor agregado”.

Essas questões serão também apresentadas pela Ubrabio como temas prioritários a serem discutidos no comitê proposto pelo MME na reunião, que irá fazer um acompanhamento das prioridades do setor. O comitê deverá contar com a participação dos produtores, distribuidores, MAPA e ANP, além do MME. A primeira reunião deve acontecer na próxima semana, sob coordenação do secretário do MME José Mauro Coelho.

“A Ubrabio sempre estará aberta ao diálogo para uma ampliação estruturante do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, cujas potencialidades de geração de riqueza para a sociedade são ainda maiores. Asseguramos que os produtores continuam trabalhando desde o início da pandemia para garantir a estabilidade do setor e a sequência da implementação do aumento de mistura estabelecido em lei”, conclui Ferrés.