04/08/2020 – A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) anunciou ser a primeira entidade global do setor a neutralizar todas as suas emissões de gases de efeito estufa de 2019. Isso foi possibilitado pela utilização dos CBios, os créditos de descarbonização criados pela Política Nacional de Biocombustíveis (Renovabio).

A descarbonização foi concluída na última sexta-feira (31/7) por meio da compra e retirada de circulação 55 CBios. De acordo com a Abag, cada um dos créditos tem preço médio de R$ 22 e equivale a uma tonelada de carbono de emissão evitada, ou seja, que não foi emitida, sendo substituída por combustíveis renováveis.

Informado pela assessoria de imprensa da Abag, o volume de CBios é pequeno porque está relacionado às atividades dos membros da associação, como viagens. “A Abag conclui a compensação de suas emissões, algo inédito para um player que não é obrigado a participar do RenovaBio”, afirma.

Marcello Brito, presidente da Abag, disse durante abertura do Congresso Brasileiro do Agronegócio, nesta segunda-feira (3/8), que espera que “esse pequeno gesto econômico, seja um gesto gigante no exemplo e na disseminação de ações mitigadoras da mudanças climáticas e um novo mercado para os CBIOs”.

ABiogás neutraliza emissões de carbono

A Associação Brasileira de Biogás (ABiogás) também anunciou a compensação das emissões de gases do efeito estufa referentes às atividades desenvolvidas pela entidade em 2019, com a primeira compra de créditos de descarbonização, na última sexta-feira (31/7).

Assim, a ABiogás é a primeira associação do setor de energia a efetuar a compra como parte não obrigada. Apenas as distribuidoras são obrigadas a adquirirem CBios, lançados pela RenovaBio, para atingirem as metas de descarbonização.

A transação da ABiogás foi feita com a intermediação da empresa de trade BlockC, que faz a curadoria dos créditos de carbono e certificados para a neutralização dos gases de efeito estufa sob a ótica das ODs (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU).

No cálculo, foram considerados os deslocamentos dos funcionários da Abiogás, viagens (excluindo os eventos), consumo de energia elétrica, resíduos e efluentes e transporte de documentos e encomendas, que geraram um total de 18 toneladas de CO2. Portanto, a associação adquiriu o mesmo número de créditos, já que cada CBio corresponde a 1 tonelada de CO2.

Segundo o presidente da ABiogás, Alessandro Gardemann, além da compensação, o anúncio da transação representa um estímulo para que outras empresas e associações se unam ao programa.

“Com o nosso exemplo, queremos liderar um movimento de adesão ao programa, para que o RenovaBio alcance seus objetivos de financiar o uso de biocombustíveis sem a necessidade de subsídios governamentais, incentivando o uso de energias mais limpas. O RenovaBio é um bom negócio tanto para quem adquire os créditos como para quem os vende, o que pode se tornar um estímulo para a conversão de plantas de biogás em biometano”, declarou.

Fonte: Globo Rural