Autores: Kelly da Silva Bezerra (LAMES/UFG, kiqarrezeb@hotmail.com), Nelson Roberto Antoniosi Filho (LAMES/UFG, nlliantoniosi@gmail.com)

Resumo: Óleos, gorduras e seus derivados são compostos formados majoritariamente de ácidos graxos. Porém, dentre seus compostos minoritários estão os esteróides, os quais são denominados de “impressão digital” dessas matrizes (GORDON & MILLER 1997). Os fitoesteróides são os esteróides de origem vegetal sendo que dentre eles destacam-se o -sitosterol, o campesterol e o estigmasterol. Dentre os esteróides encontrados em óleos e gorduras de origem animal, o colesterol é o mais conhecido (ROBERT & JAVITT, 2011). Além dos esteróides na forma livre (S), outras diferentes classes de esteróides podem estar presentes, sendo elas: os ésteres de esterol (SE), quando o grupo hidroxila do esteróide livre é esterificado por um ácido graxo de cadeia longa, saturado ou insaturado, ou por ácidos fenólicos; os esteróides glucosídeos (SG), quando o grupo hidroxila está ligado a um monossacarídeo, geralmente glucose; e esteróides acilados (esterificados) glucósideos (ASG), quando a este monossacárido também está ligado uma molécula de ácido graxo (LEPAGE, 1964). A quantificação de esteroides é importante em biodiesel porque a interconversão das classes de esteróides pode ocorrer dentro dessa biomatriz, dificultando compreender, por exemplo, à quais ácidos graxos os esteróides ES e ASG podem estar ligados (HANG & DUSSAULT, 2010). Outro entrave é no desenvolvimento do método analítico, uma vez que a inexistência de padrões puros e certificados de todos os fitoesteróides e a presença de grande número de espécies moleculares acabam interferindo na qualidade da análise e quantificação. Assim, este trabalho apresenta a aplicação de metodologias para o estudo da composição das principais classes de esteróides em óleos, gorduras e seu principal bioderivado, o biodiesel, utilizando a técnica de HPLCMS/MS. Particularmente para biodiesel, tal desenvolvimento é de grande importância, pois, nos últimos anos, tem sido relatada a presença de resíduos gerados durante o processamento, uso e armazenamento do biodiesel, sendo evidenciado que esses resíduos são provenientes de subprodutos e compostos insaponificáveis, principalmente esteróides (KUCHKINA et al., 2011). As pesquisas que citam os esteróides como potencializadores da sedimentação, consideram as classes de esteróides glucosídeos como principais responsáveis pelo problema. Isso porque com a maior polaridade destes, sua insolubilidade no biodiesel tende a ocorrer quando acilglicerídeos são convertidos a ésteres de ácidos graxos (HOED et al., 2008). Com isso, por serem mais apolares que os ésteres que compõe o biodiesel, os hidrocarbonetos do óleo diesel facilitam a ocorrência da precipitação dos SG na mistura Biodiesel/Diesel, denominada Mistura BX. Torna-se então de extrema importância entender como ocorre o processo de solubilidade dos esteróides glucosídeos no biodiesel e em suas misturas.

Trabalho completo: 7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel, p. 86