A presidente da Boeing na América Latina, Donna Hrinak, disse nesta terça-feira (19) que acredita no modelo de uso sustentável de biocombustível na aviação. A executiva destacou que, embora atue em pesquisas relacionadas a esse tema em vários lugares do mundo, apenas no Brasil a companhia americana tem uma parceria contratual com uma outra empresa local, no caso a Embraer.
Juntas, Boeing e Embraer desenvolvem testes em uma aeronave, o Ecodemonstrador, na qual compartilham experiências e investimentos para que o biocombustível possa ser utilizado em larga escala pela indústria da aviação.
“O Brasil tem condições para assumir a liderança nesse processo”, disse Hrinak, a uma plateia de especialistas e empresários no evento organizado pela União Brasileira do Biocombustível e Bioquerosene (Ubrabio), em São Paulo.
A iniciativa que envolve Embraer e Boeing é o Centro Conjunto de Pesquisa em Biocombustíveis Sustentáveis de Aviação, criado em 2015, com o objetivo de desenvolver e amadurecer o conhecimento e tecnologias que possibilitem o estabelecimento da cadeia de biocombustíveis sustentáveis para a aviação.
Em parceria com o Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) foi desenvolvido um estudo para a criação de biorrefinarias a partir de usinas de cana-de-açúcar, utilizando três rotas já homologadas para biocombustíveis.
A indústria aeronáutica assumiu o compromisso de reduzir seu impacto ambiental e estabeleceu metas ambiciosas para atingir um crescimento neutro em carbono até 2020 e para reduzir emissões de dióxido de carbono em 50% até 2050, quando comparado aos níveis de emissão de 2005. Hoje, a indústria gera aproximadamente 2% das emissões de dióxido de carbono no planeta.
Boeing e Embraer negociam, desde fim do ano passado, uma combinação de negócios, em que, por meio de uma joint venture, vão desenvolver, produzir e comercializar jatos comerciais.
Nem a presidente da Boeing na América Latina nem o vice-presidente de tecnologia da Embraer, Daniel Moczydlower, também presente ao evento, quiseram comentar o estágio da atual negociação, que foi tornada pública em dezembro. As negociações em andamento desde então envolvem também o governo brasileiro, que tem uma ação (golden share) com direito a veto no controle da Embraer.
Fonte: G1