O aumento da mistura obrigatória de biodiesel ao diesel fóssil para B10 no ano que vem foi tema da 2ª reunião do Comitê de Monitoramento do Abastecimento de Biodiesel realizada hoje (27/09), no Ministério de Minas e Energia. Para as instituições presentes no encontro, o B10 em março de 2018, além de viável, vai trazer benefícios econômicos, sociais e ambientais.

De acordo com o diretor superintendente da Ubrabio, Donizete Tokarski, o ideal é que o Brasil adote também o B9 intermediário, entre o B8 atualmente em vigor, e o B10 que passará a ser obrigatório em todo o território nacional em março.

“O B9 é perfeitamente viável diante dos volumes de biodiesel que vêm sendo consumidos atualmente. A projeção de comercialização no próximo leilão é de um volume equivalente ao que foi arrematado no final de 2013”, destacou Tokarski. [saiba mais sobre os leilões de biodiesel aqui]

O superintendente da Ubrabio observou que o Brasil conta com infraestrutura, logística e matéria-prima abundante para atender com tranquilidade esse aumento no percentual de biodiesel adicionado ao combustível fóssil.

“Nós alertamos a todos desde o ano passado que não seriam necessárias adequações logísticas para uma demanda maior de biocombustível, argumento usado para procrastinar a antecipação do aumento de mistura. Hoje vemos a concretização dessas projeções que já havíamos feito: o volume de biodiesel consumido atualmente é o mesmo de quatro anos atrás, logo, não há necessidade de adequações. O B10 é um aumento importante e necessário para a sociedade e devemos passar também pelo B9, para diminuir a ociosidade da indústria”, enfatizou.

Tokarski ainda apontou a situação dos produtores no país, com diversas usinas paralisadas – já que a capacidade total de produção de biodiesel é de 7,9 bilhões de litros por ano, mas em 2017 a produção deve fechar em 4,4 bilhões. “Enquanto isso, estamos batendo recordes sucessivos nas importações de diesel fóssil, impactando negativamente a balança comercial e deixando de gerar empregos no Brasil”, completou.

Testes

Na ocasião, o representante da Ubrabio enfatizou a necessidade de uma reunião do Grupo de Trabalho (GT) encarregado da formulação, implantação e acompanhamento dos testes e ensaios em motores que validam a mistura B10. O objetivo é antecipar quaisquer problemas de logística para evitar interrupções nos procedimentos e retardamento na execução dos testes.

RenovaBio

Tokarski também enfatizou a urgência de definição do RenovaBio, programa do governo federal de estímulo aos biocombustíveis, que aguarda uma decisão presidencial para ser apresentado como Medida Provisória. “Precisamos dar uma resposta ao Brasil e, mais do que isso, mostrar ao mundo, durante a COP23, uma ação efetiva de descarbonização da nossa economia”, concluiu.

A reunião contou a presença de representantes da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Sindicom, Brasilcom entre outras entidades ligadas ao setor.