Excelência operacional e de gerenciamento de projetos de pesquisa é o que está na agenda de preocupações desta semana de um grupo de pesquisadores e profissionais de apoio de 11 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Uma capacitação nesse tema reúne cerca de 20 pessoas, em Brasília/DF, na sede da Embrapa Agroenergia, que abriga também uma unidade da Embrapii.

Consolidar conceitos que servirão de base para a implementação de sistemas de gestão de portfólios e projetos é o principal objetivo do treinamento que está sendo realizado. Para o engenheiro Marcos Simonetti, que faz o acompanhamento das unidades Embrapii, a gestão é ponto fundamental para o desenvolvimento dos projetos de pesquisa e inovação. Ele explica que essa é uma atividade com elevado risco, já que pressupõe fazer o que nunca foi feito.

Para o consultor Edivandro Conforto, instrutor do treinamento, projetos de inovação ainda têm que lidar com a complexidade das atividades e o desafio da integração de diferentes instituições. Por isso, afirma, “não se pode subestimar a gestão”. Ela é fundamental pra que se consiga entregar o melhor resultado possível com a maior eficiência, o que inclui rapidez no atendimento das demandas. “Inovação sem agilidade vai acabar numa gaveta”, alerta o instrutor.

Embrapa e Embrapii

A unidade Embrapii sediada pela Embrapa Agroenergia é a primeira da região Centro-Oeste brasileira. Atua na área de Bioquímica de Renováveis, especialmente com microrganismos e enzimas para uso industrial.

O pesquisador Bruno Brasil, coordenador da iniciativa, explica que os microrganismos e enzimas são peças-chave para atender de forma eficaz as demandas na transição de uma economia baseada em fontes fósseis para a bioeconomia. “Microrganismos são vistos em uma biorrefinaria como um agente transformador de matéria-prima. A diversidade de microrganismos existentes no Brasil traz uma enorme versatilidade metabólica para gerar novos produtos” revela.

O pesquisador ainda conta que outra característica dos microrganismos, que beneficia pesquisas focadas em melhoramento genético, é o curto ciclo de vida desses seres, podendo ser de minutos ou horas. Isso permite o alcance de resultados em prazos muito menores, se comparados a pesquisas com animais ou plantas.

O projeto de credenciamento da Embrapa Agroenergia na Embrapii foi aprovado em dezembro de 2015 e o contrato entre as duas instituições assinado neste ano.

Brasil explica que o recurso financeiro aportado está disponível para contratação de projetos em parceria com indústrias. A Embrapii disponibiliza até um terço do montante de recursos, a Embrapa Agroenergia colabora com mais um terço, na forma de infraestrutura e mão de obra qualificada, e a empresa interessada entra com, no mínimo, o terço restante. Outro beneficio é a flexibilidade. Podem ser feitos projetos curtos, médios ou longos (até seis anos), passíveis de readequações ao longo de sua execução.

A equipe da Embrapa Agroenergia está visitando potenciais parceiros e propostas de trabalho estão em negociação. A expectativa é que sejam investidos R$ 17,7 milhões em projetos de inovação.