A maior parte das emissões de gases de efeito estufa no Distrito Federal decorre da queima de combustíveis fósseis por uso veicular. Essa é uma das conclusões do Inventário de Emissão por Fontes e Remoção por Sumidouros de Gases de Efeito Estufa do Distrito Federal, encomendado em 2012 pela Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural — à época, Secretaria de Agricultura.

O relatório avalia a origem e a concentração de produtos na atmosfera local, como o dióxido de carbono (CO2). Divulgados nesta terça-feira (28), durante reunião do Conselho de Meio Ambiente do DF, os dados referem-se ao período de 2005 a 2012. Com base no documento, será possível definir estratégias para reduzir a liberação desses elementos.

O documento é o primeiro estudo do gênero com recorte distrital e mostra uma situação delicada. “A taxa elevada de motorização do Distrito Federal explica o alto índice para transportes”, explica a chefe da unidade estratégica de clima da Secretaria do Meio Ambiente, Leila Soraya Menezes.

A média de 55 automóveis para cada cem habitantes — menos de dois moradores por veículo — baseia a conclusão de Leila. “O documento ainda avaliou os dados por tipo de combustível e ficou comprovado que 70% dos veículos que compõem essa taxa de emissão são automóveis, não caminhões”, afirma. Para ela, é fundamental o investimento em outros modais, como a ampliação das linhas de Metrô e da rede integrada de transporte coletivo.

O resultado surpreende, inclusive, quando comparado à composição nacional de emissões. De acordo com o documento, se avaliada a origem da liberação dos gases de efeito estufa, no Brasil, as queimadas e o desmatamento na Amazônia e no Cerrado respondem por 79,57% da liberação. No caso de estados como o Rio Grande do Sul, que tem intensa atividade agrícola, a emissão em decorrência das queimadas representa 68,24% do total de emissões.

Como reduzir as emissões de gases de efeito estufa no Distrito Federal

A partir da divulgação do Inventário de Emissão por Fontes e Remoção por Sumidouros de Gases de Efeito Estufa do Distrito Federal, a proposta é que um grupo de cientistas avalie os dados e, então, colabore para a elaboração das medidas de redução dos índices. “O inventário é uma ferramenta fundamental para o enfrentamento das mudanças do clima, uma vez que dá parâmetros para propormos planos de mitigação”, defende Leila.

Para isso, um grupo de trabalho com membros do Conselho de Meio Ambiente e pesquisadores do Distrito Federal será formado e definirá as propostas para cumprir metas de redução de gases de efeito estufa na atmosfera. Até 2020, o Distrito Federal e as demais unidades da Federação precisam reduzir em 40% as atuais taxas, conforme estabelece o Decreto 7.390, de 9 de dezembro de 2010, da Presidência da República. O relatório avaliou dados de 2005 a 2012, mas só foi concluído em dezembro de 2014. Desde então, ele estava embargado em razão de débito com a consultoria responsável pelo estudo.

Acesse a íntegra do Inventário de Emissão por Fontes e Remoção por Sumidouros de Gases de Efeito Estufa do Distrito Federal

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