Pela proposta do Programa Nacional de Plataformas do Conhecimento (PNPC), arranjos público-privados serão os vetores de solução para diversos problemas no país. O setor de biocombustíveis integra a lista dos cerca de 20 temas que irão subsidiar essa transformação estratégica no Brasil e, na manhã desta segunda-feira (1º), o Comitê de Assessoramento em Biocombustíveis esteve reunido para tratar sobre as propostas que devem ser enviadas ao PNPC.

Estiveram presentes representantes dos Ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI); Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC); Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Minas e Energia (MME); Instituto Nacional de Tecnologia (INT); Casa Civil; Embrapa Agroenergia; BNDES; USP e FINEP; além da Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene) e entidades do setor sucroalcooleiro.

Dentre as sugestões de encomendas tecnológicas previstas no Programa, teve destaque na reunião a definição de que biodiesel, bioquerosene e microalgas passam a integrar junto ao etanol o escopo da plataforma de biocombustíveis.

O consultor técnico da Ubrabio, prof. PhD Donato Aranda, explica que, a princípio, a ênfase da plataforma seria no etanol, mas que era preciso evoluir o diálogo e envolver outros biocombustíveis. “A Ubrabio tem proposto o papel relevante do biodiesel e do bioquerosene na matriz energética nacional e a notícia de que esses biocombustíveis agora integram a plataforma é muito boa. Se quisermos impactar verdadeiramente no transporte do país precisamos focar no diesel – que é o combustível mais utilizado no Brasil – com o aumento gradual da adição de biodiesel”, declara. Desde 1º de novembro a mistura obrigatória de biodiesel ao diesel fóssil é de 7% (B7) para todo o território nacional.

De acordo com o Comitê, coordenado por Manoel Teixeira, Chefe-Geral da Embrapa Agroenergia, nos próximos 10 anos serão destinados recursos para investimentos na plataforma de biocombustíveis do Programa. Hoje (2) o grupo reuniu-se para elaborar a apresentação onde devem constar as metas entregáveis para o Programa até 2025. O documento seguirá para a presidente Dilma Rousseff.

Segundo o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Clelio Campolina, as plataformas são uma articulação com o sistema empresarial para um projeto de desenvolvimento robusto e consolidado. Em entrevista ao Blog do Planalto, o ministro afirmou que elas “vêm como um complemento e um avanço da política que estava sendo realizada e deverão gerar conhecimento, com o avanço científico, produtos e processos com alto impacto na CT&I e consequentemente na vida social do Brasil”. Áreas como saúde, petróleo, engenharia básica, aviação, monitoramento e vigilância da Amazônia também receberão investimentos.