Em evento no Dia Mundial da Água, Caesb, Embrapa e Ubrabio apresentam o projeto M.O.V.E.R.

No último sábado (22) a Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene) esteve presente na comemoração ao Dia Mundial da Água, realizada pela Caesb no Parque Sarah Kubitschek. O evento integrou setor privado, governo federal e do Distrito Federal para conscientizar a população sobre problemas como poluição, escassez de água e altos custos para a produção de energia.

Na oportunidade, Caesb, Embrapa Agroenergia e Ubrabio estiveram juntas para apresentar o projeto M.O.V.E.R. – Meu Óleo Vira Energia Renovável, uma ação que promove e estimula a coleta do óleo de fritura usado (OFU) no Distrito Federal para transformá-lo em biodiesel. O descarte incorreto do óleo degrada o meio ambiente e gera impactos econômicos ao bolso do cidadão. De acordo com a Caesb, são gastos cerca de R$ 500 mil todos os anos apenas para filtrar o óleo doméstico que é descartado no ralo depois do preparo de, por exemplo, uma porção de batatas fritas.

Presente no evento, o presidente da Ubrabio, Odacir Klein, destacou que a produção de biodiesel a partir de OFU ainda requer a mistura a outras matérias-primas, mas frisou que o óleo é uma importante contribuição na cadeia produtiva. “Hoje, o Brasil utiliza cerca de 30 milhões de litros de óleo reciclado para produzir biodiesel. Esperamos que em breve, com a aprovação do novo Marco Regulatório, ocorra o aumento da mistura obrigatória de biodiesel ao diesel fóssil (vigente hoje em 5%). Tão logo isso aconteça, o OFU recolhido será uma importante contribuição para garantir a produção de biodiesel a partir da diversificação de matérias-primas”, afirmou Klein.

Até 2012, o OFU ainda não possuía uma representatividade isolada na cadeia produtiva do biodiesel e integrava a fatia de 4% da produção, representada juntamente com gordura de porco e frango, ácido graxo de óleo de soja, e espécies vegetais como a macaúba, a canola, a palma e o nabo-forrageiro. Em 2013, o óleo de fritura usado passou a responder por 1% da produção do biodiesel nacional. “Enquanto o Brasil recicla 98% das latinhas de alumínio que utiliza, apenas 2% do óleo de fritura é reaproveitado”, comparou o diretor superintendente da Ubrabio, Donizete Tokarski. Ele explica que o PNPB (Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel) é um aliado na eliminação do óleo de fritura como passivo ambiental, pois o reaproveitamento evita a contaminação da água, fator que prejudica todo o meio ambiente.

No estande do projeto M.O.V.E.R. foi montado um circuito para demonstrar como funciona a cadeia produtiva e o uso do biodiesel. Pesquisadores da Embrapa demonstraram aos participantes como é feito o biocombustível e suas principais matérias-primas como soja, mamona, caroço de algodão, dendê, outras oleaginosas e o próprio OFU. Quem foi ao evento também pode conversar com representantes da Caesb e da Ubrabio sobre como deve ser feita a coleta do óleo de fritura e o papel do biodiesel como fonte de energia limpa e renovável que contribui para diminuir a poluição da água e do ar.

O projeto

Em parceria com a Ubrabio, o projeto M.O.V.E.R. é um desdobramento dos projetos Biguá – realizado pela Caesb desde 2008, para recolhimento do óleo de fritura –, e Biofrito – ação da Embrapa Agroenergia que visa reciclar o óleo de fritura na produção de biodiesel. A proposta é conscientizar a população quanto à importância do descarte correto do óleo de fritura e transformar todo o óleo recolhido no DF em biodiesel.

O projeto é sustentável. O recolhimento do OFU contribui para reduzir os gastos públicos com a manutenção das redes de esgoto. A produção do biodiesel transforma um problema ambiental em energia renovável e diminui a poluição das águas e o uso do biocombustível reduz a emissão de gases poluentes gerados pela queima de combustíveis fósseis.

O Jornal de Brasília esteve no evento e conheceu o estande do projeto MOVER. Acesse aqui a matéria publicada no jornal em 23/03.