Na tarde de ontem (12) a Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene) esteve reunida com o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, para pedir apoio na implementação do B20 Metropolitano (mistura de 20% de biodiesel adicionado ao diesel fóssil) no transporte coletivo urbano das 12 cidades-sede da Copa do Mundo FIFA 2014.

Participaram do encontro o presidente do Conselho Superior da Ubrabio, Juan Diego Ferrés, o presidente da entidade, Odacir Klein, o vice-presidente de relações associativas e institucionais, Paulo Mendes, o vice-presidente de assuntos jurídicos, Julio Valente, e o diretor executivo, Sergio Beltrão.

Ferrés apresentou a proposta do B20 Metropolitano como “uma ação objetiva e viável para tornar realidade a Copa verde no Brasil” e destacou a experiência como um estímulo estratégico que incrementa o uso do biodiesel e acelera o desenvolvimento do PNPB (Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel). O incentivo ao Programa representa benefícios à saúde da população e ao meio ambiente, aumento na geração de emprego e renda, estímulo à produção da agricultura familiar, redução na importação de diesel fóssil e consequente impacto positivo na balança comercial brasileira.

O ministro Aldo entende que o projeto vai ao encontro dos esforços brasileiros em mitigar e compensar a emissão de gases poluentes gerados pelo evento e elogiou a proposta. Ele demonstrou interesse em implementar o projeto e imediatamente sugeriu a realização de uma avaliação técnica com vistas à análise do Grupo Executivo da Copa (Gecopa). A avaliação deve ser realizada em caráter interministerial, envolvendo o Ministério do Meio Ambiente, o Ministério de Minas e Energia e o próprio Ministério do Esporte.

À frente da Câmara Temática de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Gecopa, o ex-secretário de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul e consultor ambiental, Claudio Langone, também esteve reunido com a Ubrabio para aprofundar os aspectos relativos à implementação do B20 nas cidades que receberão a Copa. Langone afirmou que a proposta tem uma janela de oportunidade nas ações relacionadas ao clima que o Gecopa deve realizar.

A viabilidade do B20 Metropolitano

O diálogo da Ubrabio com Ministério do Esporte não começou agora. O assunto já esteve em pauta no ano passado, quando o ministro Aldo solicitou à entidade que trabalhasse na formatação conceitual das providências necessárias à viabilidade do projeto. Segundo Ferrés, o procedimento é viável porque adere a um processo já existente. “Concluímos que os mecanismos de comercialização do combustível seriam os mesmos adotados na mistura obrigatória (B5). Existe suficiência de produção, com capacidade instalada que atende o B20 nas 12 cidades-sede do evento e o setor tem know how, com exemplos de sucesso como o que ocorre em São Paulo”, explicou o presidente do Conselho Superior da Ubrabio.

“A oportunidade da Copa será um passo gigantesco para o biodiesel, um passo que talvez levássemos anos para conquistar. Após a implementação do B20 Metropolitano nas cidades-sede da Copa não vai haver argumentos contrários aos benefícios do uso do biodiesel. Isso será uma conquista gigante para toda a sociedade brasileira”, afirmou Ferrés.

Ecofrota – um exemplo de sucesso

O Programa Ecofrota é pioneiro na utilização do B20 em larga escala. A partir dele, 2 mil veículos de transporte urbano da Viação Itaim Paulista (VIP) circulam em São Paulo abastecidos com a mistura autorizativa de 20% de biodiesel adicionado ao diesel fóssil. Isso significa transportar de forma ecológica e eficiente cerca de 2 milhões de passageiros por dia na maior cidade do país.

O Ecofrota é resultado de uma parceria da VIP com a associada à Ubrabio, B100 Energy, e a Prefeitura de São Paulo, que optaram por oferecer mais saúde e qualidade de vida à população. Com o Programa, a empresa eliminou R$ 2 milhões em multas geradas pela emissão da fumaça negra dos veículos da frota.