A cerca de 200 km ao norte da capital piauiense, na cidade de Piracuruca, está uma das unidades de observação de pinhão-manso mantidas pela Embrapa Agroenergia e parceiros, por meio do projeto “BRJATROPHA – Pesquisa, desenvolvimento e inovação em pinhão-manso para produção de biodiesel”, parcialmente financiado pela Finep. A área fica na Fazenda Tiracanga, da empresa Carnaúba Agricultura, onde há dois anos os pesquisadores vêm avaliando o comportamento de três genótipos da oleaginosa, em três diferentes sistemas de manejo.

Agora, a parceria com a fazenda será ampliada com a introdução de outros 40 genótipos no local. O novo plantio foi acertado durante a visita dos pesquisadores Bruno Laviola e Gilmar Santos à propriedade rural, em janeiro.“Nós estamos levando os materiais mais promissores que identificamos em nosso banco ativo de germoplasma para o local, com o objetivo de avaliar o comportamento das plantas nas condições climáticas da região”, diz Laviola.

Além de ampliar a área cultivada com pinhão-manso, a Embrapa Agroenergia vai utilizar a fazenda, que tem cerca de 1.200 hectares cultivados com pinhão-manso, como modelo para estudos socioeconômicos e ambientais. O pesquisador Gilmar Santos explica que “a ideia é estudar em condições reais toda a cadeia de valor da oleaginosa, do plantio à produção de biodiesel”. Levantamentos de custos de produção e de viabilidade econômica estão incluídos nos estudos que serão realizados.

Os pesquisadores também querem fazer a Análise de Ciclo de Vida (ACV) do pinhão-manso cultivado para biocombustíveis. “Realizando o balanço de massa e energia, poderemos medir o impacto ambiental da cadeia produtiva e definir os índices de sustentabilidade do biodiesel de pinhão-manso comparando-os aos de outros combustíveis”, explica Gilmar Santos. “Tanto a avaliação socioeconômica quanto a ambiental são interessantes para encontrarmos pontos que devem ser melhorados, temas em que a pesquisa tem que focar na cadeia produtiva para que o balanço final seja positivo”, complementa Laviola.