O uso do biodiesel avança a passos lentos no Brasil, a despeito do entusiasmo dos agricultores, da simpatia dos ambientalistas e do interesse dos investidores privados. O país já poderia ter aumentado a mistura de biodiesel ao diesel de 5% (B5) para 10% (B10) ou mais. A Embrapa, por sua vez, confirma que o biocombustível brasileiro já tem qualidade internacional.
Além dos benefícios ao ambiente, a utilização do biodiesel em escala ampliada aumentaria consideravelmente o mercado interno para oleaginosas como a soja e a canola, no Sul do país, e para culturas típicas da agricultura familiar, como a mamona, no Nordeste.
Perde-se, no entanto, um tempo precioso. Biocombustíveis, como o biodiesel e o etanol, são fontes energéticas de transição. Combustíveis do presente, não do futuro. Num futuro não muito distante, serão substituídas por alternativas ainda mais sustentáveis, como a energia solar e o hidrogênio.
Se o país não souber explorar ao máximo a potencialidade dos biocombustíveis enquanto eles são a fonte energética mais viável econômica e ambientalmente, amanhã poderá ser tarde demais.