Você sabia que dia 10 de maio é o dia do campo? A data é um momento oportuno para refletirmos sobre esse assunto, que é tão importante para economia e para sociedade. Em 2015, a agropecuária, principal atividade realizada no campo, representou 23% do PIB brasileiro e promete ser o grande motor da economia em 2017.

Seguindo a tendência mundial de investimento em combustíveis renováveis, o governo brasileiro lançou, em 2004, o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB). Dentre os pilares da proposta estavam agregação de valor às oleaginosas, inclusão da agricultura familiar e combate às desigualdades regionais. Este programa está sendo aprimorado agora com o RenovaBio, que pretende aumentar a participação dos biocombustíveis na matriz energética brasileira, aproveitando o potencial produtivo do País.

A soja (oleaginosa), matéria-prima do biodiesel, é um dos produtos agrícolas de maior expressão no Brasil. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Brasil será o maior produtor mundial do grão até 2025. Em 2017, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção alcançou 110,2 milhões de toneladas, sendo que, desse total, aproximadamente 61 milhões serão exportados in natura. Isto é, para ser industrializada no exterior.

Isso acontece por causa de um desequilíbrio da lógica tributária brasileira. A política tributária, por meio da isenção do ICMS, favorece a exportação de produtos sem valor agregado, o que torna o grão altamente competitivo no mercado internacional. Entretanto, os produtos de maior valor agregado resultantes do processamento da soja, como o óleo e o farelo, são taxados normalmente. Esse cenário limita a disponibilidade matéria-prima para o processamento interno.

O Brasil possui, aproximadamente, 50 unidades de produtoras de biodiesel que precisam do óleo de soja gerado a partir do processamento do grão. Inclusive, o aumento da proporção de biodiesel adicionado ao diesel comercializado já está garantido por lei. Ou seja, a evolução do uso do biodiesel impulsionará o processamento interno do grão, o que representa agregação de valor à matéria-prima.

“A agregação de valor implica em industrialização, que produz efeitos positivos para o país, como a criação de empregos de qualidade, aumentos de renda e desenvolvimento de tecnologias”, explica o presidente da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Juan Diego Ferrés.

Sustentabilidade econômica e ambiental

Hoje, todos os veículos movidos a diesel usam o B8 (8% de biodiesel) e a perspectiva é chegar a B10 até março de 2019, e B20 em 2030, no mínimo.

Para debater o futuro dos biocombustíveis no País, a Ubrabio realiza, no dia 24 de maio, o seminário “Biodiesel e Bioquerosene: sustentabilidade econômica e ambiental”. O evento também celebra os 10 anos de trajetória da entidade que representa nacionalmente a cadeia produtiva desses combustíveis renováveis.

O encontro pretende promover o diálogo entre setor produtivo, consumidor e distribuidor, governo, instituições de pesquisa e sociedade. Estarão presentes nos painéis representantes dos ministérios de Minas e Energia (MME), Meio Ambiente (MMA), Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), Relações Exteriores (MRE), Embrapa Agroenergia, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natuaral e Biocombustíveis (ANP), Secretaria de Aviação Civil (SAC), BR Distribuidora e FGV Energia, entre outros.

Pré-inscrições podem ser feitas clicando aqui.

Confira a programação:

PROGRAMAÇÃO

9h – Abertura

10:30h – Painel Biodiesel: A visão do mercado e novas oportunidades

11:30h a 12h00 – Debates

12h00 a 12h40 – Painel Bioquerosene: Combustíveis sustentáveis de aviação e a NDC brasileira

12h40 a 13h00 – Debates

13h00 a 14h30 – Almoço (livre)

14h30 a 16h30 – Painel Programa RenovaBio, Plataforma Biofuturo e Desafios      dos Biocombustíveis

16h30 a 17h00 – Debates

17h00 – Lançamento da Rede Brasileira de Bioquerosene e Hidrocarbonetos Renováveis para Aviação

Quando: 24 de maio de 2017 (quarta-feira), das 9h às 17h00
Onde: Auditório do MME, Brasília-DF
Inscrições sob consulta: Gratuitas e limitadas. Solicitações devem ser feitas aqui
Apoio: MME, MCTIC, Embrapa/MAPA
Realização: UBRABIO

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