É crescente o mercado de reciclagem de óleo de cozinha no Rio. Numa cadeia produtiva que agrega cooperativas de catadores, condomínios, hotéis, bares e restaurantes, serão recolhidos este ano no estado sete milhões de litros do insumo, estima Carlos Minc, secretário do Ambiente. É mais que o triplo dos dois milhões de litros de 2009. Em fábricas e usinas, o insumo vira sabão e biodiesel. Com o apoio do governo fluminense, foi montada uma usina de transformação do óleo usado em combustível para barcos pesqueiros em Arraial do Cabo. Uma segunda será instalada em Petrópolis, ano que vem.

O Carrefour Barra planeja abrigar uma unidade, com apoio do Prove. O programa estadual de recolhimento de óleo vegetal engloba 30 cooperativas de catadores e mais de 80 bares, restaurantes e hotéis. O SindRio vai propor à prefeitura a cessão de uma área em Copacabana para instalação de uma usina de biodiesel. O descarte dos 70 hotéis e 120 restaurantes do bairro justifica o investimento, diz Pedro de Lamare, presidente do sindicato, citando estudo da Coppe/UFRJ.

Por mês, a Disque-Óleo recolhe 200 mil litros de óleo usado. Bares e restaurantes repassam 80% do volume. A demanda cresceu tanto que já se paga R$ 1 por litro de óleo usado. Edifícios residenciais já estão sendo construídos com tubulação para descarte e armazenamento do óleo. Zoé Morés, da Abisa (indústria saboeira), diz que a coleta foi impulsionada pelo Decreto Municipal 32.889/2010, que proibiu o descarte inadequado por pessoas jurídicas.

Flávia Oliveira