O biodiesel como fomento para produção de alimentos, inclusão social e combate à pobreza foi o tema central do evento que reuniu autoridades nesta quarta-feira, 31. O Fórum do Biodiesel integrou as programações da Expointer 2011, em Esteio (RS), e foi promovido pela União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio), Klein & Associados e Canal Rural.


O seminário contou com a presença do presidente do Conselho Superior da Ubrabio, Juan Diego Ferrés; com o coordenador do grupo interministerial do Biodiesel da Casa Civil, Rodrigo Rodrigues; o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Oleaginosas e Biodiesel, Denílson Ferreira; o coordenador-geral de biocombustíveis no Ministério do Desenvolvimento Agrário, Marco Antônio Viana Leite; e com o diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Ricardo Dornelles.


A conferência debateu as vantagens da produção de Biodiesel para o Brasil. Para os representantes do governo presentes, foram unânimes em reconhecer que o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, além dos positivos reflexos ambientais, não prejudicou a produção de alimentos e concorreu para expressivo rendimento na agricultura familiar, beneficiando, atualmente, mais de cem mil famílias no Brasil.

 

O presidente da União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio), Odacir Klein, abriu os trabalhos dando o ponto de vista da entidade sobre o assunto. Citou como exemplo, o crescimento da oferta do farelo de soja, bastaste utilizado como ração animal. “Conseguimos ampliar a oferta da proteína animal graças às políticas de biocombustível. A redução do preço do farelo de soja teve, sem dúvida, um aspecto bastante positivo no mercado, auxiliando especialmente os pequenos produtores. O avicultor paga menos pelo farelo, por causa do Biodiesel, e nós respiramos melhor”, avaliou Klein, que igualmente defendeu a mudança da legislação para que haja o aumento da mistura de biodiesel ao óleo diesel convencional.

 

Já Juan Diego Ferrés, presidente do conselho superior da Ubrabio, lembrou que a entidade tem trabalhado junto ao governo, às empresas do setor e demais entidades “visando ampliar e fortalecer a presença do Biodiesel em nosso país, avançando ainda mais.” Ferrés falou ainda acerca dos cuidados com o meio ambiente e a melhora na qualidade do ar oportunizada através da utilização de bicombustíveis. Entre os estados citados como exemplo São Paulo foi um deles, pois algumas empresas do segmento de transportes de passageiros hoje já têm utilizado como combustível o Biodiesel. “Com o marco regulatório que obriga a uma mistura de 5% de Biodiesel ao diesel convencional, sem dúvida já temos um ganho ambiental considerável, evitando emissão de gases tóxicos. O Biodiesel é uma mola propulsora, um dínamo para o desenvolvimento social”, completou Ferrés.

 

Ricardo Dornelles, diretor do departamento de combustíveis renováveis do Ministério de Minas e Energia, também trabalhou sua palestra nesta linha. De acordo com o dirigente, utilizando alternativas para uma frota mais verde, “hoje o Brasil possui condições de diminuir consideravelmente os níveis de liberação de CO2 já nos próximos anos”.

 

Ainda durante o encontro, Rodrigo Rodrigues, coordenador interministerial do Biodiesel, destacou os ganhos ambientais dos biocombustíveis em relação aos combustíveis fósseis, ampliando o debate sobre a aplicabilidade e viabilidade econômica no país. Para tanto, sugeriu uma adesão ainda maior da iniciativa privada no que se refere à implementação de ações ao atendimento desta demanda e oferta de produto.

 

Na ocasião, o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Oleaginosas e Biodiesel do Ministério da Agricultura, Denílson Ferreira, abordou entre seus tópicos, a necessidade de se trabalhar medidas que potencializem ainda mais a produção e diversificação de oleaginosas, “permitindo o fortalecimento desta cadeia” e destacou entre os exemplos no país, a produção da Palma e a Canola no RS, nos quais, conforme ele, “o setor tem se articulado muito bem”.  

 

Marco Antônio Viana Leite, coordenador geral de biocombustíveis do Ministério de Desenvolvimento Agrário, fez questão de destacar a importância do Selo Combustível Social no país – um conjunto de medidas específicas que visa estimular a inclusão social da agricultura nesta cadeia produtiva.  De acordo com os dados apresentados por Leite, das 59 usinas produtoras hoje no país, 35 delas já contam com o selo social, o que auxilia, muito especialmente, no potencial produtivo da agricultura familiar.