Dados postados pelas empresas produtoras de Biodiesel no sistema de informações do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) dão conta de que as aquisições da agricultura familiar, só no primeiro semestre deste ano, ultrapassam a casa dos R$ 850 milhões. Os números ainda não foram auditados e poderão sofrer modificações, entretanto já sinalizam a tendência de crescimento, principalmente se comparados aos de 2010, cuja cifra calculada ficou pouco acima de R$ 1 bilhão.
O MDA passará a publicar esses números, mas já adiantou a divulgação dos dados à UBRABIO,União Brasileira do Biodiesel. As informações mostram a tendência de crescimento do Selo Combustível Social. De acordo com os dados do Sistema de Gerenciamento das Ações do Biodiesel, em 2010 mais de 50% das cerca de 100 mil famílias de agricultores atendidas estão na Região Sul. O destaque especial é para o Rio Grande do Sul que tem 46 mil beneficiados. Já na região Nordeste, mais de 41 mil agricultores estão inseridos no Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), que promove a inclusão social destas pessoas por meio do Selo.
De acordo com os dados do governo, foram comercializados em 2010 1,6 bilhão de grãos gerando um valor de aquisições equivalente a R$ 1,058 bilhão, uma média de R$ 10.547,89/ano para cada família. As produtoras de Biodiesel foram responsáveis por comprar mais de R$ 55 milhões da agricultura familiar. A empresa que mais comprou respaldou R$ 45 milhões beneficiando 43.000 famílias, diferentemente dos 73 mil divulgados pela imprensa.
No entendimento do Coordenador Geral de Bicombustíveis, do MDA, Marco Antônio Viana Leite, o PNPB está em ritmo de crescimento e acredita que os números deste ano devem comprovar isso. “A questão do biodiesel é complexa para uma solução rápida, mas temos feito ajustes de rumo para que os objetivos sejam atingidos”, argumenta, lembrando que o programa tem um papel fundamental dentro do esforço do governo de promover a inclusão social, principalmente nas regiões mais pobres do País.
Quanto à concessão do Selo Combustível Social, Leite reconhece que o número poderia ser maior, mas justifica que nem todas as usinas que pleiteiam o título junto ao ministério  cumprem os requisitos mínimos, e que obedece a critérios rígidos. “Para todas adotamos os mesmos critérios”, conclui. 
O Dretor de Administração e Finanças da Camera Alimentos S.A., Fábio Magdaleno, atesta esse bom rendimento do Programa lembrando os expressivos números do Rio Grande Sul. “Há dez anos o volume de esmagamento de grãos não passava de 10 mil toneladas por dia aqui no Estado. Com a implantação do PNPB houve um aumento de 250% passando, hoje, para 25 mil toneladas ao dia”, exemplifica. Ele ressalta que metade das famílias assistidas pelo Programa está no Sul e 70% delas ficam no Estado.
Segundo Magdaleno, o Programa está em ritmo crescente, mas crê que é necessário vencer alguns problemas. Entre os desafios, percebidos por ele, está a necessidade de diversificação de cultura, fazer com que o agricultor familiar entenda a importância do Selo Social dentro de toda a cadeia produtiva, ampliar a base de agricultores assistidos pela iniciativa do governo e, em sua análise, criar um novo Marco Regulatório.