O diretor superintendente da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Donizete Tokarski, encerrou o mandato à frente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Oleaginosas e Biodiesel do Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa), após avanços em temas como o Selo Biocombustível Social; os critérios de elegibilidade para o Renovabio; as boas práticas no manuseio dos combustíveis, além das contribuições para o projeto de lei Combustível do Futuro.
Durante sua gestão, foram realizadas oito reuniões, reunindo entidades setoriais e integrantes de órgãos do governo, como a Agência Nacional do Petróleo e Biocombustíveis (ANP) e a Casa Civil.
Ao comentar sobre os grupos de trabalho da Câmara Setorial, o executivo destacou as discussões sobre o aprimoramento do Selo Biocombustível Social. O tema virou ação do governo federal para assegurar maior participação no programa nas regiões Norte, Nordeste e Semiárido, e impulsionar a agricultura familiar.
“Após muitas discussões, o decreto do governo do presidente Lula, sob a liderança dos ministros Alexandre Silveira, Paulo Teixeira e Carlos Fávaro, fará com que o programa deixe de ser regional e passe a ser nacional. A renovação do programa fará a diferença para combater as desigualdades regionais a partir do estímulo à agricultura familiar com avanço da mistura” completa.
Entre outros destaques de seu mandato, Donizete Tokarski ressalta as discussões do grupo de trabalho da Diversificação de Matérias Primas, bem como as discussões a respeito da elegibilidade e rastreabilidade no âmbito do RenovaBio.
“A partir de uma provocação interna nossa, conseguimos com que a Embrapa Meio Ambiente e a ANP tivessem o comportamento de revisão da questão da elegibilidade da soja para a produção do biodiesel. Se conseguirmos avançar a elegibilidade que hoje é de cerca de 40% para 60%, no caso da soja, podemos agregar no setor do biodiesel aproximadamente R$200 milhões por ano”, aponta o executivo.
Avanços no setor
Para Tokarski, a Câmara Setorial avançou em discussões fundamentais para o setor do biodiesel, que devem continuar neste ano. É o caso, por exemplo, dos trabalhos do grupo Biodiesel e a Produção de Alimentos, que devem ganhar força com a antecipação da ampliação da mistura do biodiesel no diesel para 14% a partir de março.
“Temos visto o biodiesel estimulando o esmagamento e gerando mais farelo e garantindo a segurança alimentar. Este tema tem, portanto, tudo para ganhar ainda mais desenvolvimento neste ano”, aponta, acrescentando que a Câmara Setorial também foi responsável por sugerir trechos ao projeto Combustível do Futuro para dar maior previsibilidade e segurança ao setor.
Tokarski destacou ainda as sugestões para ampliar as boas práticas relacionadas ao manuseio dos combustíveis. Segundo ele, os parâmetros de qualidade do biodiesel já são os mais exigentes do mundo:
“Solicitei ao Ministério a publicação do manual para conhecimento dos principais agentes públicos relacionados aos combustíveis e da sociedade”, afirmou.
A nova gestão da Câmara Setorial, num processo de rodízio entre as entidades, será conduzida pelo representante da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Daniel Furlan. “Desejo boa sorte e um bom trabalho, que tem todas as condições para avançar ainda mais nas pautas cruciais para o setor”, conclui Tokarski.
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