A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), Fórum Nacional Sucroenergético (FNS), Associação Brasileira de Biogás (Abiogás), Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (APROBIO), União Nacional do Etanol de Milho (UNEM) e União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) repudiam manifestação de um grupo de distribuidores de combustíveis a respeito do valor dos Créditos de Descarbonização (CBios). Embora insistam em dizer que apoiam o Renovabio, reconhecido pela Agência Internacional de Energia como o maior programa de descarbonização da matriz de transportes no mundo, o fato é que, desde a sua tramitação, esses mesmos atores têm se limitado a propor ações que inviabilizam o programa. Em suma, não aceitaram, até hoje, o compromisso, justo e legal, que lhes cabe no combate às mudanças climáticas, preferindo uma falsa sensação de liberdade mercadológica, não condizente com os ditames do século XXI.

O setor de bioenergia brasileiro tem se comprometido com a geração de CBios. O que tais distribuidores deveriam explicar é o fato de que, até a última quarta-feira (5), dados públicos da B3 mostravam que o setor de distribuição havia adquirido aproximadamente 51 milhões de Créditos de Descarbonização – esse montante supera em mais 14 milhões de títulos a meta definida para 2022, cuja data limite para cumprimento se encerra em setembro deste ano.

Em resumo, os créditos já foram disponibilizados pelo produtor e adquiridos pelos distribuidores em quantidade muito acima da meta estipulada. Qualquer alegada artificialidade na formação de preço, caso confirmada, não seria um tema ligado aos produtores.

Nos parece oportunística a crítica ao programa há menos de 3 meses para a comprovação das metas que foram estabelecidas no segundo semestre de 2021, ou seja, há mais de um ano e meio. Qualquer ação para desestabilizar o arcabouço vigente traz prejuízo ambiental ao País e insegurança aos produtores e distribuidores que cumpriram com as suas obrigações, a exemplo de medidas judiciais fracassadas de 2020 e da escandalosa e ilegal alteração das regras do Renovabio no ano passado, já corrigidas pelo atual governo.

Por fim, o setor de bioenergia reforça o compromisso com o sucesso do Renovabio e com a oferta de energéticos de baixo carbono. A safra 23/24 está em andamento, e a produção de etanol deve apresentar crescimento superior a 5% nesse ciclo agrícola, além de maior oferta de biodiesel (superior a 15%) e de biogás. No ritmo atual haverá, sem sombra de dúvidas, créditos suficientes inclusive para o atendimento sem sobressaltos das metas estabelecidas para março de 2024.