O professor de Engenharia Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e consultor da Ubrabio, Donato Aranda, externou, na quarta-feira (9), durante audiência pública da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), as preocupações do setor de biodiesel, sobre os impactos provocados no mercado brasileiro com a possível abertura das importações de biodiesel.
“Nos preocupa muito essa questão da importação. Todos nós somos a favor da livre concorrência. Agora, eu acho que é uma premissa básica da livre concorrência, a questão de termos base isonômica em tudo. E o principal fruto da livre concorrência seriam melhores preços e melhor qualidade. Só que no Brasil, no caso do biodiesel, nós temos cerca de 50% de ociosidade”, disse Aranda ao lembrar essa ociosidade atinge as 57 usinas de biodiesel do país não sendo cabível, portanto, que novos entrantes promovam algum tipo de benefício tanto de preço quanto de qualidade.
O consultor da Ubrabio também alertou sobre como seria a certificação da importação deste produto, já que, segundo ele, outros países têm exigências rigorosas quanto as exportações do Brasil.
“Quando o Brasil tenta exportar biodiesel e até mesmo outros derivados como a glicerina para qualquer outro país, há exigência de uma série de certificações para nós produtores brasileiros que variam para cada país. Nos Estados Unidos isso varia até de estado para estado. Então, não nos é claro se vai haver este mesmo tipo de barreira para aqueles que quiserem exportar para o Brasil, porque nós enfrentamos essa barreira. Haverá essa isonomia?”, questionou Aranda ao sugerir que a ANP elabore um estudo sobre os impactos dessa importação para a produção e o consumo de biodiesel no Brasil.