Palestrante da Conferência Biodieselbr, evento que acontece entre 7 e 8 de novembro, em São Paulo, o vice-presidente da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) e presidente do grupo Oleoplan, Irineu Boff, pediu que o Brasil priorize a produção de biocombustíveis em detrimento de combustíveis fósseis, atendendo uma das principais demandas da COP 27, que se iniciou neste domingo, no Egito.

“Está claro que precisamos fazer mais. Tudo o que era previsto na COP 26 não foi cumprido. Na verdade, reduziu um pouco. Na COP 27, que começa agora, vai se atacar ainda mais fortemente a questão do combustível fóssil. Precisamos agir”, disse.

Para que se possa buscar essa substituição, é preciso que o mandato de biodiesel seja cumprido e possa seguir evoluindo. Em 2022, o governo baixou para 10% o percentual de mistura de biodiesel ao diesel fóssil, o chamado B10. Irineu Boff espera que, com o novo governo, esse percentual possa subir. “Nós estamos confiantes no novo governo. Que nós possamos crescer nos próximos quatro anos o que não crescemos nesses últimos quatro anos. Ir para 14% (de mistura) em janeiro e 15%, em março”, afirmou.

De acordo com o empresário, a grande motivação do investimento em combustíveis renováveis é a busca pela redução do aquecimento global, mas, no caso do biodiesel, há outras vantagens da escolha desse biocombustível, como a segurança alimentar. ““Para cada quilo de biodiesel, a gente produz quatro quilos de farelo de soja. Então, se a gente não produz farelo de soja a gente vai encarecer o frango”, mencionou.

Irineu Boff ainda comentou sobre a possibilidade de que o Brasil abra mercado para biodiesel importado, o que, para ele, “seria desastroso para o setor”. “A Indonésia dá incentivos de 20% a 30% no preço do biodiesel. Um país que dá pesados incentivos à sua indústria, e que tem leis trabalhistas muito menos rigorosas do que o Brasil. Então, essa importação seria um prejuízo enorme para o setor”, pontuou.