O biodiesel já se tornou importante alavanca do crescimento interno, mas, para que esse setor continue contribuindo com o Produto Interno Bruto (PIB), gerando empregos e renda, será necessário aumentar a previsibilidade para o produtor e garantir um ambiente regulatório que estimule novos investimentos, defende a secretária de Economia do governo de Goiás, Cristiane Alkmin Junqueira, durante palestra na Conferência Biodieselbr, evento que tem apoio da Ubrabio, e que ocorre entre 7 e 8 de novembro, em São Paulo.
Ao comentar sobre o novo governo eleito no último dia 30 de outubro, a secretária defendeu que a futura gestão deva priorizar os estímulos à produção de biocombustíveis que tragam vantagens econômicas, ambientais e sociais, “exatamente o que o biodiesel proporciona ao país”.
“Tem que se investir nisso, porque o diesel B (com biodiesel) é mais caro que o diesel A (fóssil). Do ponto de vista econômico e social, vale a pena se investir nisso”, disse. Sobre a abertura do mercado de biodiesel à importação, a secretária sugeriu que, primeiro, seria necessário refletir sobre questões como a concorrência externa desleal.
“Se a gente está pensando em abertura comercial, deixar as nossas indústrias fracas, isso é algo a se refletir. Outro ponto: a importação, a partir de janeiro. Se fizermos isso, iremos dar um tiro no pé. A gente tem problemas grandes a ser resolvidos antes dessa importação. Eu sou uma economista liberal, então nós, liberais, acreditamos que maior competição melhora os produtos, baixa preço, melhora qualidade”, pontuou. “Isso, no entanto, não é sempre verdade para todos os setores. Quando nós estamos falando de uma indústria de transformação, temos que colocar o pé atrás.”
Para a secretária, a indústria precisa de previsibilidade para garantir o retorno dos investimentos feitos pelo setor. “É uma indústria que precisa de previsibilidade, segurança jurídica. É uma indústria que precisa de maturidade. Nesse mercado específico, onde não há nenhuma usina com mais de 6%, 15% de participação no mercado. Então, não vai ter redução de preços. Nós temos um mercado com 57 usinas competindo. Então, não há monopólio, portanto não haveria com mais competição e uma consequente uma redução de preços. Se for para redução de preços, era melhor ter o B20, porque aumentaria a oferta”, alertou.