Com receitas anuais de R$ 10 bilhões e uma participação de 2% no Produto Interno Bruto (PIB) da agroindústria, o biodiesel já se tornou importante alavanca do crescimento interno, mas, para que esse setor continue a gerar empregos e renda, será necessário aumentar a previsibilidade para o produtor e garantir um ambiente regulatório que estimule novos investimentos. A constatação é da secretária de Economia do governo de Goiás, Cristiane Alkmin Junqueira, que foi uma das palestrantes da III Biodiesel Week.

“Introduzir energia limpa, via redução do uso de combustível fóssil, é uma política pública que traz maior eficiência econômica. Se queremos fomentar os investimentos, temos que parar, refletir e tirar as pedras do caminho”, disse Cristiane, ao propor reflexões a serem feitas entre o setor dos biocombustíveis, Congresso Nacional e o governo federal.

De acordo com a secretária, o biodiesel é uma indústria de transformação e sem previsibilidade não é possível se desenvolver. “Uma decisão interessante seria o governo voltar com o cronograma original (da mistura de biodiesel ao diesel fóssil), criar política pública específica dentro do orçamento para a agricultura familiar e manter as vantagens pedindo como contrapartida metas de investimento”, comentou.

Sobre a abertura do mercado de biodiesel à importação, a secretária sugeriu que, primeiro, seria necessário solucionar a concorrência externa desleal, “pois assim evitaria a quebradeira de usinas incumbentes”, assinalou.