Terça-feira, 10 de maio de 2022.

 

Tomou posse nesta terça-feira (10/05) como presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Oleaginosas e Biodiesel do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) o diretor superintendente da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Donizete Tokarski. Em seu mandato à frente do órgão consultivo, o dirigente espera estreitar laços com os diferentes elos da cadeia produtiva e fortalecer programas como o RenovaBio e o Selo Biocombustível Social, que oferece incentivos para a agricultura familiar.

Sobre o RenovaBio, são diversas as agendas de trabalho que a Câmara Setorial da Produtiva de Oleaginosas e Biodiesel terá nos próximos anos. Entre elas, o mapeamento de regiões homogêneas com padrões de indicadores aceitos pela ferramenta RenovaCalc, o incentivo à criação de instrumentos de valorização da cadeia de produção e indicadores socioambientais, a diferenciação e o fomento à produção a partir de modelos de sustentabilidade e o que Tokarski chama de “revolução agropecuária”. “Nós entendemos que o RenovaBio pode realizar uma revolução na agropecuária brasileira, e precisamos estar preparados para aperfeiçoar o programa de modo a contemplar o que ele pode fazer por toda a cadeia produtiva”, disse.

A Câmara Setorial também irá fazer uma análise sobre o ciclo de vida dos biocombustíveis no âmbito do RenovaBio. A esse aspecto, o consultor técnico da Ubrabio, Donato Aranda explicou que, embora o diesel comum proveniente do petróleo seja mais poluente do que outros combustíveis, essa lógica não se aplica ao biodiesel. “O rendimento do veículo do ciclo diesel é 25,3% mais eficiente dos que os veículos do ciclo otto, o que quer dizer que os veículos movidos a diesel consomem menos combustível para rodar a mesma quantidade de km”, explicou.

A respeito do Selo Biocombustível Social, as principais agendas que a Câmara deverá tocar nos próximos anos são o fomento à agricultura familiar, a diversificação das cadeias de matérias-primas, o fortalecimento do programa nas regiões mais pobres do país, o diálogo com lideranças políticas e a integração com outras certificações/selos do Ministério da Agricultura e, por fim, a proposta de mudança de nome do selo para Selo Brasil Socioambiental.

Em relação ao selo, Viviane Anjos, coordenadora de Fomento a Energias Renováveis do Ministério da Agricultura, expôs dados relativos ao programa. Entre eles, o fato da implementação do selo ter beneficiado diretamente 74.244 agricultores familiares por ano, sendo mais de 220 mil pessoas na atividade rural. “Hoje, o selo está em 664 municípios. E, além de estar em mais lugares, ele ajudou a diversificar culturas para a produção de biocombustíveis, como os óleos de coco, de dendê, mamona, macaúba, canola, gergelim e girassol”, disse Viviane.

Câmaras setoriais

As Câmaras setoriais e temáticas do Ministério da Agricultura são fóruns de discussão entre os diversos elos das cadeias produtivas, reunindo entidades representativas de produtores, empresários, instituições bancárias e de outros parceiros no setor, além de representantes de órgãos públicos e de técnicos governamentais. Nos encontros são discutidas questões de interesse da cadeia produtiva do agronegócio.

O encontro desta terça-feira aconteceu no Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e contou com a participação do secretário de Agricultura Familiar, Márcio Candido Alves, do secretário adjunto de Agricultura Familiar, Nelson de Andrade Junior, do coordenador-geral das Câmaras Setoriais e Temáticas, Helinton José Rocha, do diretor do Inmet, Miguel Ivan Lacerda, além de representantes de outras câmaras setoriais.

No encontro, a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Oleaginosas e Biodiesel também referendou a criação de três grupos técnicos de trabalho, sendo o primeiro de Incentivo à agricultura de baixo carbono, o segundo de elegibilidade/Rastreabilidade de grãos e o terceiro, de implementação integral do conceito de avaliação do ciclo de vida (ACV), com o GT Do Poço à Roda.