A União Brasileira do Biodiesel e Bioquereosene (Ubrabio) lançou, nesta terça-feira (18), uma campanha para banir a produção e a utilização do diesel comum, combustível retirado do petróleo que emite 500 partes por milhão de enxofre pelos escapamentos dos veículos, e considerado um produto químico mortal que causa graves doenças cardiorrespiratórias e até mortes.

Este índice de 500 partes por milhão (PPM) de enxofre é considerado muito perigoso e já descartado para o uso na Europa, Estados Unidos e Canadá. Nestes locais o limite máximo de enxofre é de 10 ppm (S10). No nosso vizinho Chile o limite é 15%.

Nenhuma economia moderna em um mundo que adota os critérios de ESG para calcular o custo total de determinado produto ou oferta de serviço pode aceitar um combustível com as características do S 500. Não em sustentabilidade econômica, ambiental ou social.

“O país deveria ser banir o uso do diesel S 500 pelo elevado risco que este combustível fóssil representa para a saúde pública. Essa deve ser a prioridade do Brasil, deixar de utilizar um combustível veneno”, disse o presidente da Ubrabio, Juan Diego Ferrés.

Lançada pelo CEO da Ubrabio durante a audiência pública virtual realizada nesta terça-feira pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para discutir as especificações do biodiesel, a campanha apela às várias esferas de governo, aos fabricantes de veículos, motores e equipamentos do ciclo diesel, setor de transportes de carga e passageiros, Congresso Nacional e até ao Judiciário para que a sociedade brasileira discuta o risco que corre ao permitir o uso de um diesel tão poluente.

“Banir o S 500 é dar valor ao que o Brasil tem de mais moderno na geração de energia que são os seus biocombustíveis, é precificar adequadamente nossas matérias primas de origem vegetal e animal, proporcionando novas oportunidade de investimentos em geração de energia limpa”, disse o diretor superintendente da Ubrabio, Donizete Tokarski. (assista aqui o vídeo com o manifesto da campanha)

A campanha lançada pela Ubrabio conta cm o apoio de diversas entidades parceiras na produção de biodiesel que compõem o amplo segmento do agronegócio e até da agricultura familiar, do meio ambiente e várias instituições que tratam da saúde pública e da defesa do consumidor. Liderado pela entidade que representa 40% da produção de biodiesel do país, o manifesto da entidade elenca vários argumentos pelo banimento do S 500:

Entre 2008 e 2017 as doenças relacionadas à poluição veicular foram uma das principais causas de hospitalização e exigiram um gasto público de R$ 12,5 bilhões com tratamentos. Somente em 2018, as internações por problemas respiratórios consumiram R$ 1,3 bilhão do Sistema Único de Saúde (SUS). Apenas em São Paulo, cerca de 12% das internações por doenças respiratórias foram atribuídas às emissões pelo diesel fóssil, segundo dados do Ministério da Saúde.

Biodiesel evita mortes

Estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) constatou que, em 2018, a adição de 10% de biodiesel ao diesel comum contribuiu com o acréscimo de nove dias na expectativa de vida da população, além de reduzir 244 óbitos naquele ano na Região Metropolitana de São Paulo.

“Banir o diesel comum é dar valor ao que o Brasil tem de mais moderno na geração de energia que são seus biocombustíveis, é precificar adequadamente nossas matérias primas vegetais e abrir novas oportunidades de investimentos em geração de energia limpa”, diz o manifesto da Ubrabio.

A Ubrabio entende que nenhuma economia moderna em um mundo que hoje adota os modernos critérios de sustentabilidade, governança e aspectos sócio-ambientais em várias áreas da economia, a chamada ESG, pode aceitar um combustível com as características do S 500, sem sustentabilidade econômica, ambiental ou social.

“Temos que valorizar a vida, priorizar a saúde púbica e não o desempenho das máquinas. O entupimento das veias das pessoas é muito mais grave do que os defeitos nos filtros dos motores que ainda não têm causa identificada de qual combustível ou equipamento é a origem do problema”, diz o manifesto.

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