18/11/2020-O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) autorizou nesta quarta-feira (18/11) o uso de matéria-prima importada para produção de biodiesel. A medida vale já para o próximo leilão (L77), que acontecerá em dezembro com vistas ao abastecimento do mercado em janeiro e fevereiro de 2021.

Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), a medida vinha sendo estudada para permitir o cumprimento da política pública que estabelece o mandato de 12% de biodiesel no diesel.

Nos últimos meses, a mistura obrigatória precisou ser reduzida diante da escassez de matéria-prima – consequência das exportações recordes de soja do Brasil para a China.

“Não estamos falando de importação de biodiesel, e sim de produção de biodiesel com matéria-prima importada”, ressaltou o secretário de Petróleo, Gás e Biocombustíveis do MME, José Mauro Coelho, durante reunião com o setor.

Para a Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene), entidade que representa produtores responsáveis por cerca de 40% da oferta deste biocombustível no país, a liberação de matéria-prima importada irá aumentar a competição e contribuir de forma concreta para reduzir os preços.

Além disso, a associação destaca a reação da economia, o aumento do consumo de diesel, as exportações recordes de soja e a entressafra prolongada como uma combinação de fatores que justificam a medida.

“Nós entendemos que essa decisão de fazer o uso da matéria-prima importada é uma decisão que não prejudica a indústria nacional, pelo contrário. O Brasil já está importando soja, esta liberação para o uso na produção de biodiesel vai ajudar a ajustar um desequilíbrio que deve se estender até o início do ano que vem com o atraso na colheita de soja que deveria acontecer em janeiro”, comenta o diretor superintendente da Ubrabio, Donizete Tokarski.

“Nós estamos fazendo uma política correta, assertiva e o uso da matéria-prima importada neste momento, preservando a parcela que cabe à agricultura familiar no programa de biodiesel, é muito bem vinda para que a gente possa garantir o B12 com tranquilidade em janeiro e fevereiro”, finaliza Tokarski.

Veja aqui a Resolução CNPE nº 09/2020