25/06/2020 – Em nota veiculada para a imprensa esta semana, a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) alegou que o preço do biodiesel é responsável pelo aumento do preço do diesel na bomba.
A informação, entretanto, não considera o percentual de biodiesel que é adicionado ao diesel – atualmente em 12% — assim como os impostos que incidem da formação do preço final e as variações no mercado de petróleo e derivados.
O preço do diesel B que o consumidor compra na bomba é composto da seguinte maneira (em média): 38% diesel A (diesel de petróleo) + 10,4% biodiesel + 9,9% tributos federais + 14,9% tributos estaduais + 11% margem da distribuição + 15,2% margem da revenda.
Gráfico: Ministério de Minas e Energia
Reparem que, apesar de o diesel B ser composto com 12% de biodiesel, o impacto do custo do biodiesel é menor do que o volume do biocombustível. Os tributos estaduais e as margens da distribuição e da revenda têm um peso muito maior sobre o preço final do diesel vendido nos postos do que o biodiesel, que, vale ressaltar, torna o combustível menos poluente.
Além disso, por ser comercializado em leilões bimestrais, o biodiesel tem o preço garantido por dois meses, ao contrário do diesel fóssil, cujas variações acompanham o mercado internacional e o dólar e pode sofrer mudanças bruscas em um curto período de tempo.
Já a diferença de preço entre os leilões, alegada pela Fecombustíveis, foi provocada pela mudança de regra solicitada pelas próprias distribuidoras.