15/01/2019 – O Ministério Público Alemão acusou seis executivos da Volkswagen de fraude por não terem revelado a existência de software que manipulava o valor das emissões de gases poluentes de modelos a diesel da marca.

A acusação resumida em 876 páginas e a que o Financial Times teve acesso não revela o nome dos seis executivos da Volkswagen, mas sublinha que três deles participaram “consciente e voluntariamente” no desenvolvimento e aprimoramento do “software fraudulento”.

Acusações semelhantes já tinham sido feitas no ano passado contra o ex-CEO do grupo alemão, Martin Winterkorn, e outros quatro executivos – “fraude agravada” e “concorrência desleal”.

Em comunicado, o Ministério Público de Braunschweig, perto da sede da multinacional, afirma que nove milhões de veículos foram vendidos de forma ilegal – por causa do software de manipulação – nos anos anteriores ao Dieselgate, além de terem ficado “erradamente” isentos do imposto de circulação.

A Volkswagen reagiu e afirmou, também em comunicado, que as investigações criminais da Procuradoria Geral de Braunschweig contra o consórcio “foram encerradas como resultado da multa administrativa imposta em 2018”, que a empresa aceitou e pagou no mesmo ano.

“A acusação de outras pessoas pelo Ministério Público de Braunschweig, que agora foi tornada pública, está relacionada com investigações contra indivíduos sobre os quais a Volkswagen não comenta”, pode ler-se ainda no comunicado da Volkswagen.

A Justiça alemã também apresentou acusações em setembro de 2019 contra o atual presidente do grupo Volkswagen, Herbert Diess, e Winterkon por “manipulação do mercado de ações” em relação ao escândalo.

De acordo com o Ministério Público de Braunschweig, os réus, incluindo o presidente do conselho de supervisão do consórcio, Hans Dieter Pötsch, não teriam informado “intencionalmente” os investidores sobre o impacto financeiro do Dieselgate. A Volkswagen apelidou estas alegações de “infundadas”.

Recorde-se que a fabricante alemã e a Associação Alemã de Organizações de Consumidores (VZBV) estão a negociar um acordo sobre o processo judicial movido na Alemanha por mais de 400.000 clientes contra a empresa pela manipulação de veículos a diesel.

Fonte: Financial Times e Automonitor