As emissões brasileiras de gases de efeito estufa caíram 2,3% em 2017 em comparação com o ano anterior. O país emitiu 2,071 bilhões de toneladas brutas de gás carbônico equivalente no ano passado, contra 2,119 bilhões de toneladas em 2016.

Os dados, inéditos, são da sexta edição do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa), do Observatório do Clima, lançada nesta quarta-feira (21) em São Paulo.

A queda foi puxada pela redução da taxa de desmatamento na Amazônia. No ano passado, a destruição da floresta recuou 12%, na esteira da retomada da fiscalização do Ibama.

Entretanto, o setor de energia, que acompanha de perto o PIB, interrompeu o comportamento de queda gerado pela crise econômica, observado em 2015 e 2016 (ano em que as emissões caíram 7%). Em 2017, as emissões do setor cresceram cerca de 2%, de 424 milhões para 431 milhões de t CO2e.

O transporte é o principal emissor do setor de energia (209 milhões de toneladas de CO2e, ou 48%), seguido pelo consumo energético na indústria (66 milhões de toneladas 15%) e pela geração de eletricidade (59 milhões de toneladas, ou 14%).

As emissões provenientes da geração de eletricidade tiveram a maior porcentagem de aumento (7%), devido a uma nova queda da geração de energia em hidrelétricas, com o consequente aumento da geração termoelétrica a combustível fóssil (9%). Apesar disso, as fontes renováveis não-hídricas (eólicas, térmicas a biomassa e solares) continuam subindo de maneira consistente e estão praticamente “empatadas” em geração com as fontes fósseis: em 2017, a termoeletricidade fóssil supriu 107 TWh da demanda brasileira, enquanto as renováveis não -hídricas supriram 94 TWh.

“A nova coleção do SEEG continua a demonstrar a predominância da atividade de transporte, sobretudo rodoviário de cargas e individual de passageiros, nas emissões do setor de energia”, disse David Tsai, pesquisador do Instituto de Energia e Meio Ambiente, organização que produziu os cálculos dos setores de Energia e Processos Industriais.

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*com informações do Observatório do Clima