Nesta quinta-feira (26), os governos brasileiro e chinês se encontram em uma reunião bilateral dentro da 10ª Cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) onde será solicitada pelo Brasil uma cota à China para a exportação de 5 milhões de toneladas de óleo e farelo de soja. A declaração foi feita pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em uma coletiva em Johannesburgo.

Em um momento em que são discutidas as tarifações sobre produtos crescendo no mundo todo em meio a uma severa guerra comercial entre China e Estados Unidos, Maggi se posicionou, mais uma vez, sobre o livre mercado e em como o Brasil tem buscado garantir as oportunidades que vem tendo.

“Não exportamos farelo porque há uma taxação para entrar lá. Queremos derrubar essa taxa e criar uma cota para entrar. Essa é uma das ideias para minimizar esse problema”, disse o ministro. Sobre a taxação da soja americana pelos chineses, Maggi diz que “com isso, houve uma diminuição do comércio na Bolsa de Chicago e os preços caíram. A China compra o produto brasileiro com um prêmio e esse prêmio encarece nossa ração”, explicou Maggi.

E o ambiente acaba, portanto, prejudicando e comprometendo a competitividade brasileira de aves e suínos, o que o ministro também afirmou em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta semana, durante o GAF (Global Agribusiness Forum). Segundo o ministro, a guerra comercial não é boa para ninguém.

“Vamos ter uma soja mais cara em relação à americana, vamos subir o preço da ração para avicultura e para a suinocultura, e para o esmagamento de soja, e vendemos farelo para Europa. Tudo isso vai fazer com que haja um encarecimento da nossa ração e podemos perder a competitividade mundo a fora. Amanhã ou depois, a China e os EUA fazem um grande acordo de novo e nós já perdemos o mercado”, explica o ministro.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, em uma declaração feita nesta quarta-feira (25) afirmou que o presidente Michel Temer quer, de fato, ampliar o ‘leque de exportações de soja’ à China, ao mesmo tempo que busca manter saudáveis suas relações com os EUA.

“A relação tanto com os Estados Unidos quanto com a China é importantíssima para o Brasil. São dois parceiros fundamentais”, afirmou Padilha.

Fonte: Notícias Agrícolas