Os governos preocupam-se com os motores dos automóveis, com as fábricas e a incineração de lixo, entre outros agentes locais que poluem o ar. Mas um artigo recém-publicado na revista científica Nature de Zhang Qianga da Universidade de Tsinghua, em Pequim, e de uma equipe internacional composta por economistas ambientais, físicos e epidemiologistas, sugeriu que o problema da poluição atmosférica tem uma dimensão global.

Segundo a pesquisa de Zhang e da equipe, em 2007, o primeiro ano no qual os dados industriais, epidemiológicos e comerciais estavam disponíveis, mais de 3 milhões de mortes prematuras no mundo inteiro foram causadas por emissões de PM2.5, partículas minúsculas de menos de 2,5 micrômetros de tamanho.

Na avaliação dos pesquisadores um oitavo do número das mortes foi causado por agentes poluentes originários de uma região do mundo diferente da que a morte ocorreu, em razão do transporte dessas partículas pelo vento. Quase duas vezes mais, ou seja, 22% do total de mortes foram provocadas por bens e serviços produzidos em uma determinada região, em geral pobre, e exportados para outros lugares, com frequência desenvolvidos e com padrões ambientais mais rigorosos para seus fabricantes.

Assim, na conclusão do estudo os países desenvolvidos estão exportando a poluição do ar, que causa mortes prematuras, ao importarem produtos. Na China esse fenômeno está diminuindo devido à redução do consumo de carvão desde 2013. Porém em outros países industrializados, como a Índia, a emissão de gases tóxicos está aumentando.

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