Nesta quinta-feira (15), o diretor superintendente da Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene), Donizete Tokarski, reuniu-se com o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Município de Campinas, Rogério Menezes, e com o secretário Municipal de Transportes, Carlos José Barreiro, para discutir a possibilidade de implementação do B20 (20% de biodiesel no diesel fóssil) no transporte público do município.

A prefeitura de Campinas-SP integra o Grupo de Liderança Climática das Cidades (C40), a maior rede de cidades globais comprometidas com medidas para conter as mudanças climáticas, e está em busca de agendas que tornem o município sustentável, de acordo com os objetivos da plataforma.

Como o setor de transportes é um fator significativo de emissões de poluentes em Campinas, a Secretaria do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e a Secretaria Municipal de Transportes estão estudando alternativas para mitigar as emissões, e o biodiesel mostra-se como a oportunidade mais viável.

Este biocombustível é produzido a partir de diversos tipos de óleos, como de soja, caroço de algodão, palma, girassol e canola. Resíduos, como óleo de fritura usado e gorduras de origem animal, entre outros, também servem de matéria-prima e tornam sua produção ainda mais sustentável.

Por ser renovável, o biodiesel reduz a emissão dos principais causadores da poluição atmosférica: CO (monóxido de carbono), HC (hidrocarbonetos), MP (material particulado), SOx (óxidos de enxofre) e CO2 (dióxido de carbono).

O diretor superintendente da Ubrabio, Donizete Tokarski, apresentou uma proposta que vem sendo defendida pela entidade desde sua fundação, em 2007: o B20 voluntário nos ônibus que fazem o transporte público.

“A adoção do combustível renovável nas frotas de ônibus melhora a qualidade do ar que a população respira, sem impactos para os usuários, já que todo veículo movido a diesel pode ser abastecido com a mistura de 20% de biodiesel sem necessidade de adaptações nos motores”, afirma Tokarski.

Hoje, todos os veículos abastecidos com diesel utilizam a mistura B7 (7%) no Brasil. A adição é obrigatória no País, e passará para 8% em março do ano que vem.

Com o B20 voluntário, os ganhos ambientais serão ainda maiores. “Um ônibus usando B20 reduz, em um ano, a emissão de 18 toneladas de CO2, quando comparado a um veículo abastecido com diesel fóssil puro. Isto equivale ao plantio de 132 árvores/ano, para cada ônibus circulando com B20”, explica Tokarski.

Os secretários pretendem estabelecer um diálogo entre o governo local, as concessionárias do transporte coletivo e as distribuidoras de combustíveis para viabilizar a implementação do combustível mais limpo, sem ônus para a sociedade.

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