Fundação Banco do Brasil investiu R$ 258 mil em empreendimento que conta com trabalho de 420 extrativistas da região de Montes Claros

Os frutos do cerrado vêm ganhando força no mercado nos últimos anos e um bom exemplo disso é o coco macaúba. Tipicamente brasileiro e com possibilidade de aproveitamento total, a exploração desse fruto está ajudando a ampliar as oportunidades de geração de renda dos agricultores familiares no norte de Minas Gerais.

A região conta com uma unidade de beneficiamento instalada na comunidade de Riacho D’Anta, 80 km de Montes Claros, com recursos da Fundação Banco do Brasil e de outros parceiros. Na agroindústria são processadas cerca de 20 toneladas do óleo da polpa da macaúba por ano, 25 toneladas de óleo da semente e 18 toneladas do bagaço. Tudo o que é processado na unidade é resultado do trabalho de 420 extrativistas.

Atualmente a produção do óleo extraído da semente é utilizada na fabricação de cosméticos, sabão em barra, sabão em pó e pasta brilho para alumínio. Com a polpa é fabricado óleo para biodiesel e o bagaço é aproveitado na elaboração de ração animal.

A maior parte da matéria prima chega das cooperativas e associações da região, como é o caso da Associação Comunitária dos Pequenos Produtores Rurais de Riacho D`antas e Adjacências, também gestora da unidade de beneficiamento. A entidade já recebeu investimento social de R$ 258 mil da Fundação BB. Os associados são moradores dos municípios de Mirabela, Brasília de Minas, Coração de Jesus, Ubaí, São João do Pacuí e Montes Claros.

O investimento social da Fundação foi destinado para compra do maquinário da unidade de beneficiamento, caminhão, recuperação do riacho d’antas, construção de barraginhas para captação de águas pluviais e viveiro de mudas.

De acordo com o presidente da associação, Hermes Fonseca, nos últimos anos, a entidade se transformou em um centro de referência e de pesquisa, que despertou o interesse de muita gente. “Aqui recebemos visitas de universitários, professores e pessoas comuns interessadas em conhecer o trabalho e até pesquisadores de outros países, como México e Moçambique”, disse.

Por meio da Central do Cerrado, uma iniciativa sem fins lucrativos estabelecida com 35 organizações comunitárias, que funciona como uma ponte entre produtores e consumidores, os produtos chegaram até o Mercado Municipal de São Paulo. Lá, em um box que tem a parceria do Instituto ATÁ, Fundação BB e Programa de Pequenos Projetos Ecossociais – PPP-ECOS, são comercializados itens típicos do Cerrado e da Caatinga. “Com essa iniciativa queremos dar sustentabilidade ao projeto e evitar o êxodo rural. Trabalhamos para manter nossos jovens no campo e evitar que eles saiam pra a cidade grande em busca de oportunidades”, concluiu Hermes.