Uma análise feita pelo World Resources Institute – WRI mostra que 21 países conseguiram manter crescimento econômico entre 2000 e 2014 enquanto, ao mesmo tempo, reduziam suas emissões dos gases de efeito estufa causadores do aquecimento global e das consequentes mudanças climáticas globais.

Alguns exemplos colecionados por esta análise são eloquentes: entre 2000 e 2014 a economia francesa cresceu 16% enquanto o país reduziu suas emissões em 19%; o Reino Unido cresceu 20% enquanto suas emissões baixaram em 27%; a República Checa cresceu 40% enquanto suas emissões caíram em 14%; e os EUA cresceram 28% enquanto reduziram suas emissões em 6%.

A Agência Internacional de Energia (AIE) havia mostrado recentemente que as emissões globais se estabilizaram em 2014 e 2015, mesmo com crescimento econômico global sendo positivo (3). Porém, as informações da AIE mascaravam uma forte variação regional. O detalhamento feito pelo WRI mostra que a estabilização das emissões mostrada pela AIE para os anos de 2014 e 2015 é um resultado de fenômenos distintos: enquanto as emissões aumentaram na maioria dos países, reduziram-se em vários outros.

A maioria dos países que cortaram suas emissões também abriga economias em crescimento, o que significa que, para um punhado de nações, está em andamento um processo de dissociação – ou desacoplamento – entre emissões e crescimento econômico. Estas informações corroboram a afirmação de David Cameron, primeiro-ministro do Reino Unido, sobre não haver necessidade de se fazer uma opção entre crescimento econômico e redução das emissões, sentimento também expresso por Barack Obama, presidente dos EUA.

Nate Aden, pesquisador do WRI e autor da análise, afirma que os resultados mostraram uma “história emergente e positiva de transformação”. Aden acrescenta que analisou uma série de 14 anos “para garantir que a dissociação observada é sustentada e significativa”.

Segundo a análise do WRI, os EUA alcançaram a maior redução nas emissões de CO2, mas esta é, em grande parte, devida ao grande volume inicial de emissões deste gás no início do período. A Dinamarca alcançou a maior redução proporcional de suas emissões iniciais, chegando a 30% abaixo dos níveis de CO2 que emitia em 2000, “embora as 17 milhões de toneladas de CO2 da Dinamarca podem parecer uma gota no balde global”, acrescenta Aden.

Veja o estudo completo aqui.